24 de out. de 2012

Resenha: O Herege - Bernard Cornwell


Título: O Herege
Original: Heretic
Série: A Busca do Graal/Grail Quest #3
Autor: Bernard Cornwell
Páginas: 391
Editora: Record (2010)

Sinopse: Em "O Herege", terceiro romance da trilogia A Busca do Graal - iniciada com o romance O arqueiro - Bernard Cornwell conta uma saga tão empolgante quanto as aventuras de Artur e seus cavaleiros narradas na série As Crônicas de Artur, que conquistou milhares de fãs mundo afora. Uma fábula sobre guerra e heroísmo que encanta do início ao fim. Mas o livro não se resume a cenas de batalhas bem escritas e reviravoltas cheias de ação e suspense. O material impõe um diferente tratamento à Guerra dos Cem Anos e mostra a importância de outros acontecimentos além das famosas batalhas de Crecy, Poitiers e Azincourt.

Depois de sobreviver ao cerco de La Roche Derrien, Thomas viaja para o norte até Calais, onde tenta ajudar o exército inglês a invadir a cidade. Mas o seu destino não é esse e a busca pelo Graal ainda não foi concluída, fazendo com que o nosso personagem principal viaje até Astarac para descobrir mais a respeito do misterioso objeto e também sobre a sua família.

Na maior parte da narrativa, o terceiro e último livro da trilogia não mantém o mesmo ritmo do anterior, mas isso não é necessariamente um problema, pelo menos na minha opinião. É que eu estava tão empolgado com o desenrolar da história em “O Andarilho” que acabei não sentindo a mesma coisa com esse livro.

“Ele atirava sem pensar. Sem mirar. Aquilo era a sua vida, sua perícia e seu orgulho. Pegar um arco, mais alto do que um homem, feito de teixo, e usá-lo para disparar flechas de freixo, com penas de ganso na extremidade e armadas com ponta de estilete. Como o grande arco era puxado até a orelha, de nada adiantava tentar mirar com o olho. Eram anos de prática que permitiam saber aonde iriam suas flechas, e Thomas as disparava em ritmo alucinado, uma flecha a cada três ou quatro segundos, e as penas brancas cortavam o ar em direção ao outro lado do pântano, e as compridas pontas de aço atravessavam cotas de malha e couro e penetravam em barrigas, peitos e coxas franceses. Elas atingiam o alvo com o som de um machado de açougueiro caindo sobre carne, e faziam com que os cavalarianos parassem.”

A maior parte deste livro é focada em fugas que Thomas foi obrigado a realizar para conseguir sobreviver, ainda mais depois de ter salvo uma jovem considerada herege da fogueira. Mesmo assim, apesar de não termos tantas batalhas como nos livros anteriores, quando estas acontecem, só Deus sabe o que vai acontecer, pois as reviravoltas acontecem quando menos se espera.

Um dos pontos que eu praticamente tenho a obrigação de mencionar é o seguinte: quando alguém quer MUITO alguma coisa, essa pessoa fará de tudo para consegui-la. Esse desejo está tão explícito no livro do Cornwell que eu também gostaria de destacar um trecho do mesmo:

“Planchard apanhou a lanterna. - Não posso dizer mais nada, excelência, porque não ouvi nada que me diga que o Graal está em Astarac. Mas de uma coisa eu sei, e sei como sei que meus ossos em breve irão descansar com os meus irmãos neste ossário. A busca pelo Graal, excelência, leva os homens à loucura. Ela os ofusca, ela os confunde, e deixa-os choramingando. É uma coisa perigosa, excelência, que é melhor deixar por conta dos trovadores. Que eles cantem sobre ele e façam poemas a seu respeito, mas pelo amor de Deus não arrisque a sua alma indo à procura dele.”

E só para finalizar: o livro fecha de uma maneira muito boa essa excelente trilogia! Gostei bastante dos três livros e achei a narrativa um pouco diferente dos livros das Crônicas Saxônicas, o que é importante para justificar o incrível trabalho do autor, que dedicou-se bastante às pesquisas sobre a Guerra dos Cem Anos e nos brindou com essa ótima coleção.

Pontos fortes: o desfecho da história é digno de Bernard Cornwell. Você vai se surpreender!
Pontos fracos: não há um mapa para ajudar o leitor a localizar-se melhor e a narrativa não é tão empolgante quanto a do segundo livro.

Avaliação:
A Busca do Graal:

1º livro - O Arqueiro
2º livro - O Andarilho
3º livro - O Herege
Extra - 1356

8 comentários:

  1. Ficou muito interessante Vagner. Estou com muita vontade de ler essa trilogia, principalmente depois de suas resenhas. Mas me decepcionei um pouco por saber q o livro não superou os outros dois. Abraços. *-*

    http://peregrinodanoite.blogspot.com.br

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    1. Esse é o mais fraco dos três livros, Bruno, mas continua bom. E leia logo essa trilogia, tu vais gostar!

      Abraços.

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  2. Parabéns pela resenha, Vagner! Quero muito ler essa trilogia ou outra coisa do BERNARD CORNWELL. Pessoal fala maravilhas e ctz que vou gostar! Mesmo que esse, como vc comentou não tenho sido como os outros dois da trilogia!

    Gostei do blog! :)

    Beijooooos

    Gleice
    www.murmuriospessoais.com

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    Respostas
    1. Muito obrigado pelos elogios, Gleice! Eu já li vários livros do Bernard Cornwell e só tenho coisas boas a falar sobre eles, principalmente sobre As Crônicas Saxônicas. E fico feliz que tenha gostado do blog. Apareça sempre por aqui!

      Beijos.

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  3. Nossa, li suas três resenhas sobre essa trilogia - que já conhecia - e simplesmente me apaixonei! Adoro Bernard Cornwell, e preciso compra esses três livros.
    Fiquei um pouco decepcionada com a ideia de não ter mapa, mas acho que o elixir do livro não seja esse, então, mesmo assim vou ler.
    Parabéns pela resenha, fico ótimo, expressou suas opiniões sobre os pontos fracos sem deixar de minimizar o livro. Parabéns!

    Beijos
    www.pagesflying.blogspot.com.br

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    1. É ótimo encontrar mais fãs do Bernard, Aghata. Os livros dele são excelentes! O mapa não é o primordial dos livros, mas é sempre bom ter um para se localizar...
      Obrigado pelos seus elogios!

      Beijos.

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  4. Puxa ótima resenha... eu comprei essa saga da Busca pelo graal.. quero começar logo a ler, pois gostei muitooo mesmo dela... oakdao e vc como esta? abraço meu brother.. ta sumido..

    Me visita?
    Guilherme Kunz
    www.tematoa.blogspot.com.br

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    1. Valeu, Guilherme! Começa logo a ler (qualquer livro do Bernard Cornwell) que você vai gostar.

      Abração!

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