7 de fev. de 2015

Resenha: A Música do Silêncio - Patrick Rothfuss


Título: A Música do Silêncio
Original: The Slow Regard of Silent Things
Série: A Crônica do Matador do Rei/The Kingkiller Chronicle #2.5
Autor: Patrick Rothfuss
Páginas: 144
Editora: Arqueiro (janeiro de 2015)

Sinopse: Debaixo da Universidade, bem lá no fundo, há um lugar escuro. Poucas pessoas sabem de sua existência, uma rede descontínua de antigas passagens e cômodos abandonados. Ali, bem no meio desse local esquecido, situado no coração dos Subterrâneos, vive uma jovem. Seu nome é Auri, e ela é cheia de mistérios. A música do silêncio é um recorte breve e agridoce de sua vida, uma pequena aventura só dela. Ao mesmo tempo alegre e inquietante, esta história nos oferece a oportunidade de enxergar o mundo pelos olhos de Auri. E nos dá a chance de conhecer algumas coisas que só ela sabe... Neste livro, Patrick Rothfuss nos leva ao mundo de uma das personagens mais enigmáticas da série A Crônica do Matador do Rei. Repleto de segredos e mistérios, A Música do Silêncio é uma narrativa sobre uma jovem ferida em um mundo devastado.

Mundialmente conhecido pelos livros O Nome do Vento e O Temor do Sábio, Patrick Rothfuss pensou um pouco diferente dessa vez e criou um livro pequeno (144 páginas) para falar mais sobre uma de suas personagens: Auri. Em A Música do Silêncio, acompanhamos Auri durante sete dias de sua vida estranha nos Subterrâneos enquanto ela aguarda a visita de alguém muito querido, que provavelmente é Kvothe, protagonista d'A Crônica do Matador do Rei.

Com uma narrativa monótona e totalmente diferente do comum (sim, é isso mesmo que você leu), Patrick Rothfuss nos traz algumas informações relevantes para entendermos melhor a personagem e o mundo: [ALGUNS SPOILERS MODERADOS A PARTIR DAQUI] Auri estudou muito a Alquimia enquanto estava nas aulas da Universidade, tanto é que deve ter sido uma das melhores alunas nesse quesito. Auri não é seu verdadeiro nome, como muitos já sabiam. O mundo em que se passam as aventuras chama-se Temerant, essa sim uma informação bem nova e interessante.
Pelo que vi nas resenhas mundo afora, muitos odiaram e muitos amaram o livro, esses últimos comentando sempre sobre a escrita poética e sobre como cada detalhe mínusculo faz diferença na vida da Auri. Mas gente, desculpa, isso não é para mim. Um livro sem diálogo, sem interação, sem um mísero conflito, com somente um personagem passeando por aí com uma engrenagem e gastando mais de 10 páginas com alguém fazendo sabonete? Não, não é para mim! Felizmente pode ser para você, então não leve minha opinião como se fosse a única que você vai ler.

Ainda bem que o próprio Patrick sabia que esse livro contando alguns dias da vida da Auri não iria agradar tanta gente assim enquanto estava escrevendo-o e deixou esse recado sincero no final:

"Então. Se você leu este livro e não gostou, me desculpe. A culpa é minha. Esta é uma história estranha. Talvez você a aprecie melhor numa segunda leitura. (Quase todos os meus livros são melhores da segunda vez.) Mas também pode ser que não. Se você é uma das pessoas que acharam esta história desconcertante, tediosa ou confusa, peço desculpas. A verdade é que provavelmente ela não era para você."
E não era mesmo, pelo menos para mim. Arrisque-se por conta própria e tire suas próprias conclusões, enquanto isso eu pensarei sempre na frágil/pequena Auri pelo ponto de vista do Kvothe.

Avaliação final:

A Crônica do Matador do Rei:

1º livro - O Nome do Vento
2º livro - O Temor do Sábio

3º livro - The Doors of Stone (sem previsão)
Livro da Auri - A Música do Silêncio

24 comentários:

  1. Poxa vida! Eu realmente esperava algo desse livro, mas também o que você disse na resenha não me surpreendeu, o Patrick tem dessas coisas de valorizar muito os dotes artísticos de um personagens, ele pode passar páginas detalhando a feitura de um sabonete como bem você colocou,o autor fez muito isso no O Temor do Sábio, um livro de ritmo muito arrastado.Ainda sim pretendo seguir lendo a série e A Música do Silêncio.

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    1. Esse livro é bem contraditório, Laísa, ou você ama ou você odeia, não tem jeito. Eu sou apaixonado pela Crônica do Matador do Rei, mas esse livro da Auri não deu pra engolir. hauhauhuahuah

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  2. Esse livro não está entre as minhas prioridades, mas tenho que dizer que tô adorando ver as opiniões tão divergentes do pessoal! Realmente, ou a pessoa ama ou odeia a obra. Por mim, queria que o Rothfuss terminasse a trilogia, isso sim... embora talvez gostasse desse aqui, porque amo a escrita toda poética dele. Vejamos se me animo a tentar.

    Bjs!
    Isa

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    1. Tá todo mundo se contrariando mesmo, Isa, só lendo para descobrir. Eu também preferia que ele estivesse escrevendo o 3º livro, mas entendo que às vezes o autor precisa dar uma folguinha e fazer outras coisas. Enfim, agora é aguardar pelo 3º!

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  3. Ai, gostei tanto desse livro. Tipo, o Patrick foi muito sincero e deixou bem claro sobre o que era. Acho que fiquei com dó da Auri vivendo em toda aquela solidão. Gostei de como o autor mostrou como o detalhe para alquém como a Auri é importante. Talvez fosse o caso dessa novela ser publicada em uma antologia e não como uma obra em si. Sei lá. Enfim, que o terceiro livro da trilogia venha logo. Abs!

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    1. Ainda bem que ele avisou, né? ashusahuhsah

      Enfim, é um tipo de livro muito diferente, não me agrada ler histórias assim, só fui nela porque era do Patrick mesmo, mas tô vendo por aí que várias pessoas estão gostando.

      E que continue a espera interminável pelo terceiro... Abraços!

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  4. Não é que gostei deste livro Vagner ? Mas com certeza é muito inferior ao O Nome do Vento e o Temor do Sábio. O autor o escreveu mais para ter conhecimento da misteriosa e simpática Auri mesmo, sem a ambição de ser um livro top em minha opinião.

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    1. Esse livro é 8 ou 80, Maurilei, ou você gosta ou odeia. Infelizmente, não caiu no meu gosto, mas muita gente está adorando por aí, como você disse.

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  5. Oi Vagner!
    Essa história era MUITO pra mim! E olha que eu não gosto de livros parados e sem diálogos, como vc mesmo disse. Mas eu me junto ao coro dos que o acharam poético, e tenho certeza de que cada detalhe dentro da narrativa, inclusive a confecção do sabonete, farão sentido em algum momento do desfecho da história do Kvothe. Até aposto que ele terá que se esconder nos subterrâneos e viver lá por um tempo junto com Auri, no próximo livro...

    http://maisumapaginalivros.blogspot.com.br/
    Mais Uma Página

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    1. Eu não faço parte desse grupo, Michelly, mas entendo quem gostou! Enfim, só queria que ele escrevesse logo o 3º livro e parasse de enrolar. hauhauhuha

      Até mais, obrigado pela visita!

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    2. Esse foi um dos piores, talvez a pior tranqueira que li na vida. Livrinho sem vergonha!kkkk! Fui na mesma onda sua Vagner. Comprei por que ra do Rothfuss, em ouras palavras, sinônimo de qualidade garantida. Mas que nada: livro sem sangue, magia, pancadaria, morte. que chatice! Acho que o Pat tava chapadão qdo escreveu essa porcaria.

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    3. Bem isso, Fábio! hauhauhuah

      Acho que o Rothfuss poderia ter usado o tempo que escreveu esse livro pra revisar o 3º e acelerar logo o lançamento do volume final da trilogia, ninguém merece esperar tanto tempo.

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  6. Oi. Eu acabei de ganhar esse livro, mas ainda não li nenhum dos outros dois dele (mesmo tendo o primeiro). Será que eu consigo entender ele sem ler os dois das crônicas? Ou é melhor ler o primeiro antes?

    Bj.

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    1. Eu sugiro que você leia o 1º livro antes, Leticia, aí você entenderá quem é a Auri, como funcionam as coisas perto da Universidade e tudo mais. Ler esse direto vai te deixar bem perdida, na minha opinião.

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  7. Bom como varios disseram nos comentarios acima, é uma historia simples sem dialogo com um unico personagem mas me prendeu muito. Eu adorei o livro talvez pelos pequenos detalhes ou pelo modo como o autor desscreve a personagem so sei que gostei mais do que alguns livros que todo mundo dizem ser otimos. Acho que algumas coisas farão sentido no proximo livro como os tres presentes de Auri para Kvothe ate la paciência...

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    1. O foda é não ter diálogos nesse livro, essa interação personagem-ambiente já tinha na trilogia principal, mas lá era tudo mais dinâmico. No livro da Auri não consegui gostar de nada. :(

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  8. Nunca me imaginei lendo um livro como este. Comprei no escuro, pois como sou muito ansioso, parei de acompanhar o blog do Pat à espera de notícias do "The Doors of Stone". Sobre o "A Música do Silêncio" eu, particularmente, adorei, pois é uma extensão do universo da série aprofundando uma das personagens mais carismáticas do estilo. Enxergar o mundo do ponto de vista poético da Auri foi um senhor privilégio. Abraços.

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    1. Infelizmente não consegui me conectar com esse estilo de narrativa que o Patrick usou pro livro da Auri, achei muito sem graça, ainda mais sem os diálogos. Pra mim eles fazem toda a diferença, não importa qual obra seja, mas entendo quem gostou.

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  9. As primeiras paginas foram terríveis e me forcei a continuar a leitura, mas isto não durou muito e algumas horas depois estava lendo "NAS PROFUNDEZAS DOS SUBTERRÂNEOS, com as pedras mornas sob os pés, Auri ouviu uma vaga e doce melodia". Realmente é um livro para quem gosta do estilo.

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    1. Tem que gostar MESMO desse estilo, Roberto, senão vai acabar tendo a mesma opinião que eu, que não gostei nem um pouquinho. Enfim, faz parte dessa vida como leitor, que o Patrick recupere o nível quando lançar o último livro da trilogia A Crônica do Matador do Rei.

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  10. To vendo gente em 2015 reclamando da demora de sair o terceiro livro.. Eu tô aqui, no futuro, descobri a trilogia há apenas 2 meses e já estou ansioso..

    Quanto a esse livro, ainda não li. Começarei na semana que vem, mas já queria adiantar uma coisa: talvez o fato de não gostar do livro seja, na verdade, fruto de uma sensação que o autor quis causar intencionalmente. Auri passou esse tempo todo antes de encontrar Kvothe em quase total solidão. Os momentos a partir desse encontro melhoraram essa situação, mas, com as partidas do nosso protagonista mais complicado, a solidão volta. Talvez a intenção do autor seja justamente passar para quem lê um pouco dessa solidão que permeia o dia-a-dia da louquinha. Qual forma seria melhor de fazê-lo do que remover o dialogo? Afinal, a falta dele é o maior sinal de solidão.. Ao sentir isso de forma tão sutil, a gente tende a não entender o que se passava e simplmente assume não ter gostado do livro, mas pode ser algo bem mais profundo que isso.. Depois de ler retornarei aqui e opinarei novamente. Abraço

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    1. Edinei, a gente reclama da demora do 3º desde o ano que o 2º foi lançado (acho que foi em 2013). hahahahaha

      Ah, cara, sobre o livro ter esse "formato" em si, eu até entendo o que o Rothfuss tentou fazer, concordo bem contigo sobre essa questão da solidão e tal, mas eu não gosto nem um pouco de ler obras assim, acabei me decepcionando bastante com essa. Não tem a mesma "química" comigo que os outros livros principais.

      Abração, obrigado por comentar!

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  11. terminei os livros e agora to no tedio,alguem tem alguma sugestao de livro pra mim,de aventura!

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    1. Janio, tenta ler alguma dessas séries:

      As Crônicas de Gelo e Fogo
      Mistborn
      A Sombra do Corvo
      Nobres Vigaristas
      A Primeira Lei
      Discworld

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