22 de abr. de 2015

Resenha: The Great Bazaar and Other Stories - Peter V. Brett


Título: The Great Bazaar and Other Stories
Original: The Great Bazaar and Other Stories
Série: Ciclo das Trevas/Demon Cycle #1.6
Autor: Peter V. Brett
Páginas: 104
Editora: Subterranean Press (2010)

Sinopse: Humanity has been brought to the brink of extinction. Each night, the world is overrun by demons—bloodthirsty creatures of nightmare that have been hunting and killing humanity for over 300 years. A scant few hamlets and half-starved city-states are all that remain of a once proud civilization, and it is only by hiding behind wards, ancient symbols with the power to repel the demons, that they survive. A handful of Messengers brave the night to keep the lines of communication open between the increasingly isolated populace. But there was a time when the demons were not so bold. A time when wards did more than hold the demons at bay. They allowed man to fight back, and to win. Messenger Arlen Bales will search anywhere, dare anything, to return this magic to the world. Abban, a merchant in the Great Bazaar of Krasia, purports to sell everything a man’s heart could desire, including, perhaps, the key to Arlen’s quest. In addition to the title novelette, The Great Bazaar and Other Stories contains a number of scenes not included in The Painted Man (published in the US as The Warded Man) as well as a glossary and a grimoire, making it an essential guide to one of the most exciting epic fantasy series currently being published.

Contém spoilers leves de O Protegido.

E aqui estou eu novamente para contar a minha opinião sobre The Great Bazaar and Other Stories, outro livro do Peter V. Brett que se passa no mesmo universo da série principal.

Situado entre os capítulos 16 e 17 de O Protegido, The Great Bazaar já nos introduz a Arlen como mensageiro e atualmente em Krasia, a Lança do Deserto. Sempre quis saber mais sobre o local, e esse conto sanou um pouco a minha curiosidade a respeito dos krasianos e como eles se comportam.

Em busca de riquezas, Arlen vaga pelo deserto atrás de Baha kad'Everam, um vilarejo krasiano conhecido pelos seus artesãos e as peças de cerâmica que produziam, cujo valor é inigualável. Há mais de 20 anos não há notícias do que acontece no local, que jaz abandonado e sem a presença de humanos, como constatado após uma expedição realizada por krasianos há muito tempo.

Todo mundo sabe que pra trabalhar com cerâmica tem que ter barro e argila, e como isso existe em excesso no local também dá pra imaginar que existe o que mais? Isso mesmo, demônios do barro/da argila!! E nada melhor que um ambiente propício como esse para se camuflarem e realizarem emboscadas contra os viajantes mais desavisados, como é o caso do nosso Arlen...


Voltando um pouco a Krasia, temos um capítulo com o ponto de vista de Abban, o khaffit que Arlen negocia suas mercadorias e o recebe sempre com um humor diferenciado e lábia inigualável.

Nessa parte fica mais evidente o modo que as pessoas em Krasia são tratadas, sendo que os guerreiros possuem um lugar destinado ao Céu e quem não tem capacidade de segurar uma lança e lutar é desprezado imensamente, mesmo que alguns desses "párias" virem bons mercadores no futuro. E as mulheres, então, são praticamente tratadas como ninguém. Algo como acontece atualmente nos países muçulmanos, diga-se de passagem. Isso é assunto polêmico para outra hora.

Krasia é uma cidade com hábitos e costumes totalmente diferentes de todo o resto da Thesa, seja pelo modo como tratam os seus habitantes e reverenciam os seus sacerdotes, seja pelo modo como combatem os terraítas à noite em seus labirintos feitos especialmente para isso.

E a bebida que Abban apresenta a Arlen? O tal couzi é uma "mistura de canela com grão fermentado destilado", muito forte e com um gosto horrível nos primeiros goles. Muitos guerreiros a bebem antes das batalhas, buscando a coragem que possa lhes faltar. Será que Arlen gostou?


Mas o momento mais importante do livro não é esse. Quando Arlen e Abban estão discutindo sobre suas mercadorias, o guri do Riacho de Tibbet pede algo que poucos têm acesso: um mapa das ruínas do Sol de Anoch, a cidade perdida onde o Salvador teria dado seus primeiros passos e comandado toda a humanidade contra os terraítas. Um local que não é encontrado há séculos e pode esconder relíquias de valor inestimável, assim como proteções que ninguém mais se recorda.

PULO RÁPIDO PARA O CAPÍTULO 17 DO LIVRO 1: todos sabem que essas ruínas dão uma mexida total na vida de Arlen, e gostei muito de saber como Arlen consegue o mapa de sua localização.

The Great Bazaar and Other Stories também traz trechos cortados de O Protegido por pedido do responsável pela edição ou por vontade do próprio Peter V. Brett mesmo. Um desses trechos é o que Peter desejava que fosse o prólogo da obra principal, mas o editor pediu para cortar por ter uma narrativa diferente do restante da obra. O outro é um capítulo com Leesha indo ajudar uma ex-amiga a recuperar-se de ferimentos, o qual mostra como ela cresceu mentalmente e parece estar preparada para o que o destino lhe reserva.

Temos também acesso a um dicionário krasiano de termos e a um grimório de proteções ao final, sendo que esse possui imagens de proteções ainda não vistas no 1º livro e que podem ser melhor compreendidas por quem já tiver lido os volumes restantes. Muitos me recomendaram ler esse livro curto só depois do livro 3, mas acho que consegui aproveitá-lo de uma maneira satisfatória.

Resumindo, The Great Bazaar and Other Stories é uma leitura interessantíssima e deve ser desbravada por todos os fãs da série e quem mais desejar. Recomendo!

Avaliação final:

Ciclo das Trevas:

1º livro - O Protegido
2º livro - The Desert Spear
3º livro - The Daylight War
4º livro - Skull Throne
5º livro - The Core
Extras - Brayan's Gold, The Great Bazaar and Other Stories e Messenger's Legacy

20 de abr. de 2015

Resenha: Brayan's Gold - Peter V. Brett


Título: Brayan's Gold
Original: Brayan's Gold
Série: Ciclo das Trevas/Demon Cycle #1.5
Autor: Peter V. Brett
Páginas: 94
Editora: Subterranean Press (2011)

Sinopse: Arlen Bales 17, apprentice Messenger in brand new armor, is ready for the first time beside a trained Messenger on a simple overnight trip. Instead Arlen finds himself alone on a frozen mountainside, carrying a dangerous cargo to Count Brayan’s gold mine, one of the furthest points in the duchy. And One Arm, giant rock demon, hunts him still.

Contém alguns spoilers leves de O Protegido.

Aproveitando que tinha acabado de ler O Protegido, escrito pelo Peter V. Brett, resolvi encarar esse conto e desbravar um pouquinho mais desse universo que eu gostei muito de conhecer.

A narrativa de Brayan's Gold se passa mais ou menos na metade do livro principal, quando Arlen está em Miln trabalhando com Cob e levando adiante o seu sonho de ser um mensageiro.

Em um de seus primeiros trabalhos como aprendiz de mensageiro, Arlen é encarregado de levar uma carga extremamente importante de thundersticks (foguetes?) para Brayan's Gold, uma das minas do Conde Brayan, localizada em uma montanha bem afastada ao noroeste de Miln. Além disso, já que sua carga é perigosa e qualquer movimento brusco pode explodir tudo e também causar uma avalanche, todo cuidado é necessário, sem contar o fato de que ladrões costumam espreitar as altas estradas e interceptar os carregamentos que chegam às minas.

Nem preciso dizer que já sentia saudades de ler sobre o Arlen, né? Acredito que esse conto do Brett, cujas páginas tiveram que ser tiradas do livro principal e colocadas aqui, traz mais algumas perspectivas para os leitores e também reforça as características e motivações de Arlen. Sua aversão ao medo que as pessoas têm pelos terraítas é evidente e aqui ela se intensifica ainda mais.

I will respect the corelings, Arlen thought, but I will never stop fighting them.

Um velho amigo do passado também aparece para acompanhar Arlen enquanto ele sobe as montanhas: o Maneta. Esse mesmo. O demônio que teve metade do braço amputado pelas proteções de Arlen ainda o persegue e está sempre por perto, só esperando a noite e o momento em que nosso protagonista estará descuidado, tendo assim a chance de se vingar.
Conhecemos também algumas proteções novas utilizadas por aqueles que se aventuram nas montanhas geladas do Norte. Munido de tinta e do seu caderno repleto de proteções, Arlen sempre procura descobrir mais sobre os segredos dos terraítas e o que pode matá-los.

Ficaram também algumas questões que eu notei e parecem ser bem importantes/intrigantes para entendermos mais da obra: proteções feitas com sangue são mais eficazes do que aquelas feitas com tinta? Em determinado momento, Arlen faz uma proteção com sangue e o seu efeito é muito bom, então isso é algo que eu pretendo prestar mais atenção quando continuar a série.

E os demônios do gelo, será que caminham pelas montanhas repletas de neves? As histórias contadas nas tavernas dizem que sim, mas parece não existir ninguém que os tenha visto pessoalmente, o que deixa em dúvida a sua existência. É o mesmo caso do Protegido, digamos assim. Cito também (e novamente) os aspectos políticos e as relações dos nobres entre si, que parecem estar vindo à tona quanto mais eu avanço nas obras de Peter V. Brett.


Leitura obrigatória para os fãs da série, não deixem de conferir Brayan's Gold e os outros livros extras que se passam no mesmo mundo. A escrita de Peter continua envolvente como sempre.

Em breve pretendo ler The Great Bazaar and Other Stories, outro livro que se passa em Thesa, e também quero continuar a série e ler The Desert Spear/A Lança do Deserto. Fiquem de olho!

Avaliação final:

Ciclo das Trevas:

1º livro - O Protegido
2º livro - The Desert Spear
3º livro - The Daylight War
4º livro - Skull Throne
5º livro - The Core
Extras - Brayan's Gold, The Great Bazaar and Other Stories e Messenger's Legacy

19 de abr. de 2015

1º Teaser de The Last Kingdom

Boa tarde, desbravadores!!

Eu não posso deixar de comunicar a minha alegria ao ver o primeiro teaser do seriado The Last Kingdom, produzido pela BBC e baseado na obra Crônicas Saxônicas do autor Bernard Cornwell.



Situada no ano de 872, a série apresenta as invasões vikings em território hoje conhecido como Inglaterra. Wessex, sob o comando do Rei Alfred, o Grande, é o único reino que resiste aos ataques. A história tem como protagonista o jovem Uhtred, um garoto nobre que perde o pai em um dos ataques vikings. Levado e criado por eles, Uhtred cresce e se torna um guerreiro. Mais tarde, ele parte com a missão de conquistar as terras onde nasceu. Enquanto isso, o Rei Alfred enfrenta problemas políticos e religiosos para unificar os reinos e transformá-lo no que hoje é a Inglaterra.

Até já fiz uma resenha do 1º livro da série aqui no blog e vocês podem conferir aqui. Outra resenha muito boa é a feita pelo blog Drunkwookie: http://www.drunkwookie.com.br/cronicas-saxonicas/.


Apenas leiam e assistam ao seriado quando ele sair, já que a previsão é final de 2015!

Curtam também as páginas The Last Kingdom BR e Crônicas Saxônicas Brasil lá no Facebook.

Wyrd Bið Ful Aræd

18 de abr. de 2015

Resenha: O Protegido - Peter V. Brett


Título: O Protegido
Original: The Warded Man (US) ou The Painted Man (UK)
Série: Ciclo das Trevas/Demon Cycle #1
Autor: Peter V. Brett
Páginas: 514
Editora: DarkSide (março de 2015)

Sinopse: Ao cair da noite, eles surgem por todos os lados, famintos por carne humana, demônios de areia, de vento e até de pedra, conhecidos como terraítas. Depois de séculos, a humanidade definhou e se tornou refém da escuridão. Arlen, Leesha e Rojer, jovens sobreviventes, atrevem-se a lutar e encarar as trevas. O jovem Arlen recebe os ensinamentos de um mensageiro e descobre que o medo, mais que os demônios, é o mal a ser combatido. Leesha tem a vida destruída por uma simples mentira e se torna ajudante de uma velha e misteriosa ervanária. E o destino de Rojer muda para sempre quando um menestrel chega à sua vila com uma rabeca. Juntos, eles podem oferecer ao mundo uma última, e fugaz, chance de sobrevivência. O impressionante universo criado por Peter V. Brett - que, assim como muitos de nós, foi educado com uma rígida dieta de romances fantásticos, HQs e Dungeons & Dragons - cativa e emociona o leitor, nos tornando parceiros e reféns de seu mundo e personagens. Peter constrói uma bela metáfora sobre o medo e como precisamos confrontá-lo todos os dias.

Lançamento de março da editora DarkSide, O Protegido é uma das grandes apostas para 2015 no Brasil em termos de fantasia. O autor Peter V. Brett é aclamado lá fora como um dos grandes nomes da literatura fantástica e esperamos que aqui no Brasil também seja!

Desde o início dos tempos, na Era da Ignorância, os demônios sobem à superfície quando a noite chega e tem um único objetivo: destruir os humanos que estão em seu caminho. Os terraítas, como são chamados os demônios, podem ser de vários tipos, como água, chama, rocha, areia, etc. Apesar de estarem em menor número, seus ataques geralmente deixavam dezenas de mortes, até que um dia os humanos descobriram o poder da escrita. Com proteções defensivas, perceberam que era possível evitar o ataque dos terraítas às cidades  e vilarejos e assim sobreviverem. Mas o que realmente mudou o rumo da guerra foram as proteções de combate, permitindo assim que a humanidade atacasse e mandasse os demônios de volta para as Profundas.


Com o avanço do conhecimento sobre as proteções de defesa e combate, os humanos conseguiram dizimar os terraítas no que ficou conhecida como a Primeira Guerra Demoníaca, a Era do Salvador.

Como não era mais necessário combatê-los, a humanidade estagnou. As proteções já não eram mais necessárias e foram se perdendo, ao mesmo tempo que, lá nas Profundas, os terraítas esperavam pelo seu retorno à superfície. E quando o fizeram, o baque foi tremendo. Cidades foram dizimadas, milhares de humanos morreram e os demônios tomaram conta da noite novamente.

O tempo passou e as coisas continuam iguais, sendo que agora as proteções de combate estão esquecidas desde a Primeira Guerra. Vivendo durante o dia e sobrevivendo à noite, a humanidade espera pelo retorno d'o Salvador, aquele que irá expulsar os terraítas novamente e trará paz ao mundo, segundo a religião do Criador. É neste contexto que entram os personagens principais desse primeiro livro: os jovens Arlen, Renna, Leesha e Rojer.

Arlen tem 11 anos e vive no Riacho de Tibbet, um vilarejo muito pequeno e tranquilo. Ajudando seus pais nas tarefas comuns, Arlen tem um talento natural no que se refere às proteções mágicas. Sabe desenhá-las como ninguém e entende a importância de uma proteção bem feita. Sonhando em ser mensageiro, Arlen parte para o desconhecido em busca do sonho, deixando para trás algumas pessoas que ama e outra muito próxima que o decepcionou profundamente. Desejando conhecer todos os locais do mundo (Thesa) e viver novas experiências, tudo que Arlen quer é espalhar o seu conhecimento sobre as proteções e procurar as magias antigas, aquelas capazes de matar um demônio e fazer as pessoas voltarem-se novamente contra eles.

Tem um mundo inteiro lá fora para aqueles que desejarem desbravar a escuridão.

Renna também vive em Riacho de Tibbet e está prometida a Arlen, mas a moça não possui tanto destaque assim nesse primeiro livro. Vou deixar para falar mais na resenha do 2º, quando sair.

Leesha vive em Clareira do Lenhador e ajuda o pai no negócio da família, ao mesmo tempo que sofre com os maus tratos da mãe. Sendo uma das gurias mais populares de lá e prometida a Gared, tudo muda quando falsos boatos a seu respeito começam a se espalhar. Abalada pelos fatos, Leesha encontra refúgio com Bruna, a antiga Ervanária da cidade. Lá, aprende a arte medicinal e começa a curar os habitantes, mostrando que não são só as proteções que salvam pessoas.

Rojer Faltadedo sofreu muito com um ataque de terraítas à sua aldeia quando pequeno, ainda mais quando as proteções da sua casa não aguentaram e o pior aconteceu. Salvo por um menestrel, Rojer acabou se tornando aprendiz do mesmo e descobre ter muita facilidade em tocar rabeca, o que acaba tornando uma vantagem futuramente, quando percebe que sua mão mutilada não se permite usar todos os truques de menestrel.

 

Dá pra perceber tranquilamente durante a leitura o cuidado que Peter V. Brett tem com os detalhes da sua obra. Imagino que nada tenha ficado de fora. O jeito mais fácil de perceber isso é o prazer em ler sobre as proteções de defesa e combate. A importância delas é tremenda que até mesmo a chuva e a lama podem atrapalhar os seus efeitos, qualquer traço errado pode comprometer tudo.

Certos conflitos políticos também são percebidos, e imagino eu que do segundo livro em diante eles serão mais abordados. Achei interessante o modo de vida de Krasia, o único local no mundo onde eles realmente combatem os terraítas e tem um modo próprio de fazer isso, o qual deixarei para o leitor descobrir. Sem contar que quero saber mais sobre Jardir, o líder deles. Esse cara...

E os demônios? Muitíssimo bem feitos e inseridos na trama! Devido à variedade de tipos, os próprios terraítas possuem inimigos entre si e características totalmente diversas. Alguns caçam em grupo, outros estão sempre sozinhos e passam por cima de todos que aparecem, assim como outros só aparecem em determinados locais. É bastante material a ser apresentado nos próximos livros.

A narrativa melhora bastante depois dos 60%, quando a ação realmente começa e boatos sobre o Protegido começam a aparecer. Segundo as histórias, o Protegido é um homem que caminha na noite caçando demônios, possui o corpo coberto por proteções dos pés à cabeça, aventurando-se por toda Thesa no lombo de seu cavalo igualmente protegido. Ninguém sabe seu nome verdadeiro, nem se ele é uma pessoa comum, pois muitos dizem que ele é metade humano e metade terraíta.

Ao se depararem com ele, os personagens principais percebem que o medo pode ser escanteado e finalmente erradicado da humanidade. Não é necessário temer os terraítas e sua chegada à noite, assim como a certeza de que eles podem ser destruídos novamente muda a sua personalidade. Parece que tudo está destinado a mudar a partir de agora...

Arlen sabia que a maior arma dos terraítas era o medo. O que não entendia era que o medo assumia muitas formas. Em todas as suas tentaivas de provar o contrário, Arlen ficara aterrorizado com a solidão. Queria alguém, qualquer um, que acreditasse naquilo que estava fazendo. Alguém para lutar com e por ele.

No começo eu pensava que essa obra não era tão adulta, mas após certo capítulo minha opinião mudou consideravelmente. Boa parte do livro cobre a juventude dos protagonistas, seus medos, suas atividades do dia-a-dia e quem pretendem ser no futuro. Mas é a partir da parte 3 que tudo muda, deixando tudo MUITO mais interessante e intrigante.

O Protegido é uma história sobre pessoas comuns, com vontades simples e cheias de sonhos, todas em busca daquele que finalmente irá acabar com o seu medo dos terraítas. Com uma narrativa fluida e fácil de se entender, recomendo bastante esse volume inicial da série Ciclo das Trevas para aqueles que gostam de fantasia e querem investir em algo com potencial.

Além disso, a edição da DarkSide é linda, capa dura, toda cheia de símbolos e muito bem feita.

Apenas leiam, o retorno é garantido!

Avaliação final:

Ciclo das Trevas:

1º livro - O Protegido
2º livro - The Desert Spear
3º livro - The Daylight War
4º livro - Skull Throne
5º livro - The Core
Extras - Brayan's Gold, The Great Bazaar and Other Stories e Messenger's Legacy

14 de abr. de 2015

República de Ladrões entra em pré-venda

Bom dia, desbravadores.

O terceiro livro da série Nobres Vigaristas, República de Ladrões, acaba de entrar em pré-venda! Caso ainda não tenham lido as resenhas dos dois primeiros livros da série, As Mentiras de Locke Lamora e Mares de Sangue, confiram aqui e aqui. Série escrita pelo autor Scott Lynch. Seguem a capa oficial e a sinopse:

Envenenado e à beira da morte, Locke Lamora segue para o norte com seu parceiro, Jean Tannen, em busca de refúgio e de um alquimista para curá-lo. Porém, a verdade é que ninguém pode salvá-lo. Com a sorte, o dinheiro e a esperança esgotados, os Nobres Vigaristas recebem uma oferta de seus arquirrivais, os Magos-Servidores. As eleições do conselho dos magos se aproximam e as facções precisam de alguém para fazer o trabalho sujo, manipulando votos. Se Locke aceitar, o veneno será purgado de seu corpo com o uso de magia – mas o processo será tão excruciante que ele vai desejar morrer. Locke acaba cedendo ao saber que o partido da oposição contará com uma mulher do seu passado: Sabeta Belacoros, a única pessoa capaz de se igualar a ele nas habilidades criminosas e mandar em seu coração. Novamente em uma disputa para ver quem é o mais inteligente, Locke precisa se decidir entre enfrentar Sabeta ou cortejá-la, e a vida dos dois pode depender dessa decisão. República de ladrões leva o leitor ao início da vida de Locke enquanto flerta com o seu fim, revelando todos os matizes de Sabeta e de seu relacionamento com o líder dos Nobres Vigaristas. Misturando momentos tensos e cômicos do passado e do presente, esta obra é, até agora, a melhor de Scott Lynch.

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O Poço da Ascensão entra em pré-venda

Bom dia, desbravadores.

O segundo livro da série Mistborn, O Poço da Ascensão, acaba de entrar em pré-venda! Caso ainda não tenham lido a resenha do primeiro, O Império Final, confiram aqui. Série escrita pelo autor Brandon Sanderson. Seguem a capa oficial e a sinopse:

Numa sucessão de golpes de sorte, Elend Venture subiu ao trono de Luthadel, a principal cidade do Império Final. Nos meses que seguiram a queda do Senhor Soberano e a dissolução de seu governo, o novo rei revolucionou as relações entre os skaa – a classe social inferior – e os nobres e atraiu a atenção dos diversos governantes das outras partes do grande império. Dentro das muralhas de Luthadel, o perigo espreita de todos os lados. Assassinos de aluguel alomânticos ameaçam a vida do rei, a desconfiança generalizada faz a população temer pelos rumos da cidade e desejar o retorno do Senhor Soberano, e um inverno inclemente se aproxima. Elend, Vin e o bando de Kelsier tentam a todo o custo manter o controle, mas os piores inimigos ainda estão por vir. Fora das muralhas, arma-se um cerco militar gigantesco. À frente dele, Straff Venture, o pai de Elend, um tirano cruel e desesperado pelo poder, busca invadir Luthadel. Mas ele não está sozinho. Reviravoltas e surpresas marcam este segundo volume da trilogia Mistborn. O destino de todo o Império Final está envolto nas brumas, e apenas uma força sobrenatural será capaz de desvendar os mistérios que assolam seus habitantes.

Onde comprar: Amazon - Cultura - Folha - Saraiva - Travessa

6 de abr. de 2015

Resenha: A Grande Caçada - Robert Jordan


Título: A Grande Caçada
Original: The Great Hunt
Série: A Roda do Tempo/The Wheel of Time #2
Autor: Robert Jordan
Páginas: 704
Editora: Intrínseca (maio de 2014)

Sinopse: A Roda do Tempo gira, e Eras vêm e vão, deixando memórias que se transformam em lendas. Há séculos os menestréis narram a Grande Caçada à Trombeta de Valere, que muitos pensavam não passar de uma história e que agora, alguns sabem, foi encontrada. Ela seria usada para convocar heróis mortos de seus túmulos para lutar contra o Tenebroso, mas alguém a roubou. Rand al’Thor, Mat Cauthon e Perrin Aybara juntam-se aos soldados shienarianos, dispostos a sacrificar a própria vida para recuperar o artefato. No entanto, há algo que Rand teme ainda mais do que as forças do Tenebroso: a mácula de saidin. Rand sabe que está condenado à loucura e à morte e se pergunta se conseguirá ajudar seus amigos antes que isso aconteça ou se será ele próprio o responsável por destruí-los.

Contém alguns spoilers do livro anterior.

E não é que tudo pode mudar de um livro para outro? Eu não tinha gostado muito de O Olho do Mundo, como vocês podem conferir aqui, mas A Grande Caçada superou muito as expectativas. Li essa sequência por insistência de muitos amigos leitores e também por ter percebido, na obra anterior, que a série do Jordan tinha um bom futuro, mesmo que no 1º livro tudo tenha sido feito de um modo que eu acabei não gostando tanto, cheio de passagens que quebravam totalmente o ritmo. Doce ilusão ou obra do Tenebroso fazer eu achar que sua sequência seria parecida.

Passados os fatos no Olho do Mundo e seus desdobramentos, sabemos que o grupo de personagens principais encontra-se em Fal Dara e está em posse da Trombeta de Valere, que muitos dizem ser um artefato capaz de convocar os heróis do passado para lutar ao lado do tocador da Trombeta.

Já comecei o livro pensando: Agora que a parte boa de ação já passou, será que teremos páginas intermináveis de descrições e explicações de tempos longínquos? Engano meu. As informações passadas ao leitor são intrigantes, cheias de duplo sentido e que me fizeram querer saber sempre mais, ao mesmo tempo que a leitura não se tornava enfadonha e chata em momento algum.

Ainda mais com o prólogo se passando em uma reunião do Tenebroso com dezenas de Amigos das Trevas, onde todos parecem estar prontos para colocar em prática um plano que pode atrapalhar e muito a vida dos nossos conhecidos heróis Rand, Mat, Perrin, Egwene, Nynaeve e cia.

“O túmulo não é limite para o meu chamado” — traduziu, em uma voz tão baixa que parecia estar falando sozinha. — A Trombeta de Valere, criada para convocar heróis de volta do túmulo. E a profecia diz que ela só seria encontrada às vésperas da Última Batalha.

Acomodados em Fal Dara, nossos protagonistas estão pensando apenas no futuro imediato. Egwene e Nynaeve dirigem-se a Tar Valon para iniciar seu treinamento como Aes Sedai. Mat precisará de ajuda para se livrar da maldição da adaga que possui, e as Sedai parecem ser a única solução. Perrin pensa em voltar para Campo de Emond, em Dois Rios, e viver tranquilamente por lá, mas sua relação com os Lobos parece ter se tornado muito mais forte. Já Rand quer apenas fugir do seu destino: enlouquecer e acabar com a vida daqueles que ama. Essa é a mácula que o Dragão carrega, e Rand está muito disposto a não deixá-la acontecer.

Só tem um probleminha: a bendita Trombeta foi roubada, juntamente com a adaga amaldiçoada de Mat! E deixá-los nas mãos dos Amigos das Trevas não parece ser uma boa ideia. Portanto, lá vamos nós acompanhar mais uma aventura.

Rand, Mat e Perrin seguem com Lorde Ingtar e uma comitiva formada por shienaranos em busca do artefato mágico e da adaga, enquanto ao mesmo tempo Egwene e Nynaeve começam sua caminhada rumo a Tar Valon. Usando e abusando dos recursos apresentados no livro anterior, Robert Jordan nos faz praticamente atravessar boa parte do mundo por meio das Pedras-Portais e também dos Caminhos, passagens mágicas que alteram a distância e tempo percorridos.


Uma das boas partes desse livro é conhecer Tar Valon e como são treinadas as Noviças e Aceitas que pretendem se tornar Aes Sedai um dia. Egwene e Nynaeve certamente passarão alguns sufocos em busca do sonho, ainda mais quando percebem o que acontece quando uma Aes Sedai "amansa" um homem capaz de canalizar o Poder Único, como é o caso do Falso Dragão Logain. E se algum dia, em seu lugar, estiver Rand? Elas serão capazes de fazer o que lhes é mandado? São perguntas que só serão respondidas quando eu ler o restante da série. Destaco também, antes que eu esqueça de mencionar, as novas amizades das duas garotas: Elayne e Min.

E quem disse que não teríamos novos povos e criaturas sendo apresentados? É nesse livro que Jordan expande ainda mais o seu universo e nos apresenta seres muito peculiares, como os Seanchan, que saíram de além do Oceano para recuperar as terras do passado, falando sobre o tal Corenne, reforçando que devem o terreno pronto para o retorno dos exércitos que esperarão a vinda do seu herói Artur Asa-de-gavião. Acompanhados deles, criaturas bonitinhas e dóceis, como os grolms:


Isso que nem comentei o que esse povo pensa e faz com as Aes Sedai ou mulheres capazes de canalizar o Poder Único. Algo repudiante e covarde, diga-se de passagem. Deixarei a cargo do leitor descobrir o que acontece e tirar as suas próprias conclusões a respeito.

Conhecemos também, em Cairhien, o famoso Daes Dae'mar, o Grande Jogo ou Jogo das Casas, muito parecido com o que temos na série As Crônicas de Gelo e Fogo, escrita por George Martin, onde cada movimento, certo ou errado, pode representar uma ameaça para um lorde vizinho e acabar trazendo grandes consequências.

Finalmente consigo perceber o que Jordan quis trazer para o leitor ao escrever A Roda do Tempo. Mesclando conflitos pessoais (principalmente os de Rand, Perrin e Nynaeve nesse livro) com uma infinidade incrível de povos e culturas diferentes, a escala começa a crescer e eu me sinto mais inserido dentro da trama, querendo aprender mais e saber qual será o destino de cada um.

— Alguns homens — começou ela, sem tirar os olhos da mão dele — escolhem buscar a grandeza, ao passo que outros são forçados a ela. É sempre melhor escolher do que ser forçado. Um homem que é forçado nunca é inteiramente senhor de si, precisa dançar de acordo com os cordéis de quem o forçou.

E o final desse livro? SENSACIONAL! Feito com muita qualidade, já adianto, e fechando com chave de ouro essa sequência de O Olho do Mundo. Toda aquela aura de mistério por trás da Trombeta de Valere é revelada, trazendo consigo muito mais que uma simples melodia.


E agora só me resta ler o 3º livro, O Dragão Renascido, e aproveitar cada vez mais essa série. Antes disso, porém, lerei outras obras, como O Protegido (The Painted Man), escrito por Peter V. Brett, Gardens of the Moon, por Steven Erikson, e talvez The Well of Ascension, por Brandon Sanderson. Fiquem de olho, em breve tem mais!

Avaliação final:


A Roda do Tempo:

1º livro - O Olho do Mundo
2º livro - A Grande Caçada
3º livro - O Dragão Renascido
5º livro - As Chamas do Paraíso
6º livro - Lord of Chaos
7º livro - A Crown of Swords
8º livro - The Path of Daggers
9º livro - Winter's Heart
10º livro - Crossroads of Twilight
11º livro - Knife of Dreams
12º livro - The Gathering Storm
13º livro - Towers of Midnight
14º livro - A Memory of Light
Livro extra - New Spring
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