17 de jun. de 2015

Resenha: Sangue Mágico - Ilona Andrews


Título: Sangue Mágico
Original: Magic Bites
Série: Kate Daniels #1
Autor (a): Ilona Andrews
Páginas: 256
Editora: Saída de Emergência Brasil (2015)

Sobre o autor: Ilona Andrews é o pseudônimo de uma dupla de escritores formada por marido e mulher. Ilona nasceu na Rússia e Gordon é ex-sargento do Exército americano. Ao contrário da crença popular, Gordon nunca foi um agente da inteligência com licença para matar nem Ilona a misteriosa espiã russa que o seduziu. Os dois se conheceram na faculdade e atualmente moram no Oregon, com dois filhos, três cães e um gato. Gordon e Ilona dividem a autoria da série Kate Daniels e da série romântica The Edge, ambas de fantasia urbana.

SinopseSe não fosse pela magia, Atlanta seria uma boa cidade para viver. No momento em que a magia domina, os carros param e as armas falham. Quando a tecnologia assume, os feitiços de proteção já não protegem sua casa dos monstros. Aqui, os arranha-céus são derrubados pelo ataque da magia; homens-lobo e homens-hiena rondam as ruas arruinadas; e os Mestres dos Mortos, necromantes impulsionados pela fome de poder, comandam vampiros com suas mentes. Neste mundo, vive Kate Daniels. Kate gosta um pouco demais de usar a sua espada e tem dificuldade de ficar calada. A magia em seu sangue a torna um alvo, e ela passa a maior parte da vida se escondendo no meio da multidão. Mas quando o guardião de Kate é assassinado, ela deve optar entre não fazer nada e manter-se segura… ou perseguir o assassino sobrenatural. Esconder-se é fácil, mas a escolha certa nunca o é...

A magia voltou ao mundo, desta vez de forma incontrolável. Quando ativa, toda tecnologia falha, fazendo com que máquinas, carros, eletricidade e qualquer objeto precise ser modificado para funcionar. Com seu retorno, as cidades foram tomadas por criaturas que existiam apenas em lendas e mitos da sociedade. Lobisomens, vampiros, mortos-vivos, feiticeiros, necromantes e demônios agora coexistem com os humanos usuários de magia e com os cidadãos comuns.

Na cidade de Atlanta conhecemos Kate Daniels, mulher mercenária que vende seus serviços para quem não pode pagar, entrando em campo quando a polícia paranormal não consegue lidar com aquela realidade ou não pode ser acionada. A narrativa toma ponto quando em um dia, Kate recebe uma ligação sendo avisada que o seu guardião foi morto brutalmente. Por falta de poder e opção, decide então investigar o que ou quem matou Greg. As informações sobre a morte estão em posse da Ordem (Ordem dos Cavaleiros da Ajuda Misericordiosa), espécie de polícia da cidade.

“Os cavaleiros da Ordem eram prestativos, competentes e letais. Ao contrário dos mercenários da Associação, não eram motivados pelo dinheiro e mantinham suas promessas. No entanto, também emitiam juízos e acreditavam que sempre sabiam de tudo” — Kate Daniels, p. 24-25 

Um dos pontos a ser destacado é a narrativa criada pelos autores, com capítulos excessivamente longos - trinta ou quarenta paginas é a média de cada um. Se, durante a leitura, não tiver um pouco mais de atenção, várias informações passam despercebidas, sendo necessario muito mais concentração para entender toda a cena que é desenvolvida durante o capítulo. Porém, o interessante disso é a imersão que é feita pelo leitor subconscientemente. A história passa um ar mais obscuro, como se tudo fosse preto, azul e verde, devido a isso fica fácil se situar no que acontece e passar longas horas lendo sem perceber.

Após afiliar-se à Ordem, Kate adentra-se no submundo enfrentando os mais altos escalões sobrenaturais. Chefes da matilha e necromantes são apenas uma parte da intrínseca investigação  em  que ela se envolveu. Conseguindo contato com o líder da matilha (chefe dos metamorfos, seres meio-humano, meio-animal), ela identifica um provável suspeito no meio dos lobos, e, querendo uma amostra de DNA, faz um acordo de cooperação mutua onde seria feita uma troca de informações entre ambos para que a investigação possa continuar.

"O problema era que, para eles, a definição de perigo era bastante flexível e às vezes a ajuda misericordiosa significava cortar a sua cabeça."

Somos apresentados a vários personagens durante a narrativa, como Curran, Derek, Greg,  o guardião que mesmo morto é sempre citado na história e o doutor Crest. Tudo se desenvolve ao redor de Kate e seu relacionamento com os personagens para mover a investigação, fazendo com que o roteiro se quebre algumas vezes quando são inseridos mais personagens pelos autores para que seja possível concluir a obra de uma maneira decente. Enquanto se lê Sangue Mágico, é perceptível que tínhamos um suspeito principal dos crimes, porém ao final somos agraciados com outra resposta. Claro, isso pode agradar os mais desapercebidos e menos atentos à leitura, porém cai na previsibilidade policial ao tentar surpreender desviando a atenção certa e óbvia do final.

Os autores criaram uma narrativa leve para desenvolver a trama, e em várias passagens conseguem desenvolver um ambiente descontraído, tirando risadas em situações inusitadas durante a investigação de Kate. No entanto, o livro decai ao criar e focar em situações que não tem utilidade nenhuma no desenvolvimento da narrativa e da personagem, aparentemente são somente mais e mais páginas de cenas de ação. Chega-se até ao ponto de a personagem passar por alguns encontros amorosos, sendo que a mesma não faz esse tipo de mulher romântica – e  sim durona e pronta para o combate (já que ela anda sempre com suas armas).

"- Você sabe alguma coisa sobre trabalho investigativo?" "- Claro. É só irritar as pessoas envolvidas até que o culpado tente fazer com que você vá embora."

A estruturação dos acontecimentos, personagens, espécies e desfecho usam os mais diversos artifícios já conhecidos dentro da literatura policial e fantástica, tornando a obra uma repetição de muitas outras já vistas. Pode agradar leitores que desejam ingressar no mundo da fantasia, mas decepciona os habituados com clássicos consagrados, como Tolkien, Martin, Lewis, e tantos outros.

Essa resenha foi feita pelo leitor Kaue Souza, que a partir de agora será um membro do Desbravando Livros também. Farei um post de apresentação dele em breve, contando mais sobre o que gosta e o que ele pretende resenhar aqui no blog. Espero que gostem dessa novidade!

Avaliação:

Kate Daniels:

1º livro - Sangue Mágico
2º livro - Magic Burns
3º livro - Magic Strikes
4º livro - Magic Bleeds
...

12 de jun. de 2015

Capa e sinopse de "O Trono Vazio", de Bernard Cornwell

A  Record acabou de revelar a capa e a sinopse de O Trono Vazio, 8º livro das Crônicas Saxônicas:

   As forças de Wessex e da Mércia se juntaram para combater os dinamarqueses, mas a instabilidade da união e a ameaça dos ataques dos reinos pagãos vizinhos são um perigo para a Britânia, pois Æthelred, o senhor da Mércia, está à beira da morte e não tem herdeiros, o que abre caminho para disputas pelo trono. Uhtred de Bebbanburg, o maior guerreiro da Mércia, sempre apoiou a senhora Æthelflaed para que se tornasse a sucessora do trono, mas será que a nobreza aceitará uma mulher como líder? Mesmo ela sendo a viúva de Æthelred e irmã do rei de Wessex?   Enquanto os mércios travam brigas internas e os saxões ocidentais tentam anexar o reino aliado, novos inimigos surgem na fronteira norte. Os saxões precisam desesperadamente de uma liderança forte, mas, em vez disso, lutam por um trono vazio, ameaçando arruinar todos os esforços para unir e fortalecer seu reino.

Como já li essa obra incrível em inglês, deixo o link da resenha para vocês:

Boa semana, curtam a notícia!!

10 de jun. de 2015

Resenha: 1356 - Bernard Cornwell


Título: 1356
Original: 1356
Série: A Busca do Graal/Grail Quest #4
Autor: Bernard Cornwell
Páginas: 420
Editora: Record (30 de julho de 2013)

Sinopse: Setembro de 1356. Por toda França, propriedades estão sendo incendiadas e pessoas estão em alerta. O exército inglês — liderado pelo herdeiro do trono, o Príncipe Negro — está pronto para atacar, enquanto franceses e seus aliados escoceses estão prontos para emboscá-los. Mas e se existisse uma arma que pudesse definir o desfecho dessa guerra iminente? Thomas de Hookton, conhecido como o Bastardo, recebe a tarefa de encontrar a desaparecida espada de são Pedro, um artefato que teria poderes místicos para determinar a vitória de quem a possuísse. O problema é que a França também está em busca da arma, e a saga de Thomas será marcada por batalhas e traições, por promessas feitas e juramentos quebrados. Afinal, a caçada pela espada será um redemoinho de violência, disputas e heroísmo.

Por incrível que pareça, 1356 é apenas o primeiro livro do Bernard Cornwell que eu leio nesse ano de 2015, e quem acompanha o Desbravando Livros sabe que eu sou um dos maiores fãs do cara aqui no Brasil, então sempre tento encaixar pelo menos uns dois livros dele na minha meta anual.

1356 se passa dez anos após os acontecimentos da trilogia A Busca do Graal (as resenhas dos três estão no final dessa postagem), apesar de não ser considerado como o 4º livro da série, pois o leitor pode desbravar 1356 sem ter lido a outra trilogia, mas isso é algo que eu não realmente não recomendo, pois os spoilers seriam gigantescos e é muito melhor acompanhar todo o desenvolvimento do personagem principal em A Busca do Graal e compará-lo com os fatos de 1356.

Bom, vamos agora ao que nos interessa: Thomas de Hookton, o arqueiro e personagem principal dos livros, foi nomeado cavaleiro após a dura batalha de Crécy e agora possui suas próprias terras. Seu filho Hugh, de 7 anos, é fruto do relacionamento com Genevieve, a herege que entrou em seu caminho durante a trilogia e foi salva por Thomas um pouco antes de ser mandada para a fogueira. Ambos estão no meio da França, durante as invasões do príncipe Eduardo de Gales ao país, as famosas chevauchéés, ataques destruidores em todo o país feitos para provocar sérios danos econômicos ao inimigo, o que o obrigaria a travar uma batalha para acabar com os invasores ou então a baixa na moral dos seus soldados e a quantidade perdida de recursos seriam irreversíveis.


Thomas agora é conhecido agora como le Bâtard, um nome imponente que espalha medo pelos inimigos franceses, e também comanda os hellequins, como são conhecidos os seus subordinados.

"Os hellequins tinham ficado ricos por causa de duas coisas. A primeira era seu líder, Thomas de Hookton, um bom soldado, excelente pensador e inteligente na batalha, mas havia muitos homens no sul da França capazes de se igualar à esperteza de le Bâtard. O que não podiam era usar a segunda vantagem dos hellequins, o arco de guerra inglês, e era isso que enriquecera Thomas e seus homens."

Ao contrário dos outros livros, nesse aqui várias partes NÃO são narradas do ponto de vista do Thomas, mas sim por outras pessoas envolvidas na trama. Um exemplo disso são as primeiras páginas, quando um frei entra em Carcassonne, que está sendo atacada nesse exato momento, e, a pedido de um homem importante, recupera uma velha espada que está lá, espada essa que as lendas dizem ser La Malice, a espada usada por São Pedro para proteger Jesus e que, por ser uma relíquia da cristandade, dará a vitória na guerra para quem estiver com ela em suas mãos.

E esse é basicamente o enredo de toda a obra: capturar La Malice, uma relíquia sagrada que pode (teoricamente) lhe dar a vitória na guerra. O superior de Thomas,  o conde de Northampton, ao tomar conhecimento dessa relíquia, pede para que o arqueiro a capture e esconda, dando assim um motivo a menos para que os franceses acreditem na vitória sobre os seus inimigos ingleses.

Mesmo sabendo de todo o poderio do arco longo, acabei sentindo falta de um detalhamento maior quando eles estavam sendo usados. Na trilogia principal, dava pra SENTIR que os inimigos estavam praticamente se borrando quando sabiam que iriam enfrentar os temidos arcos de guerra, mas em 1356 eu acabei não tendo toda essa impressão. Talvez por já ter lido demais sobre ele? Quem sabe. Talvez pelos franceses terem aprendido que lutar a pé é mais vantajoso do que lutar a cavalo contra os arqueiros? Quem sabe. Talvez por alguns pontos de vista serem do lado dos franceses? Quem sabe. Fato é que os três volumes de A Busca do Graal são bem melhores do que esse aqui.


Vemos ainda alguns juramentos sendo quebrados, mulheres bonitas aparecendo, até mesmo um cavaleiro virgem (!), que diz ter sido abençoado pela Virgem Maria e sua virgindade lhe traz força para lutar contra os seus oponentes. Enfim, tem de tudo. Padre brigão e indeciso? Tem também!

- Os homens vivem disputando - disse o abade. - Mas as mulheres sempre os tornam piores. Veja Troia! Todos aqueles homens mortos por causa de um rosto bonito! - Ele olhou sério para o jovem monge inglês. - As mulheres trouxeram o pecado para este mundo, irmão, e nunca deixaram de fazer isso. Agradeça por ser monge e ter feito voto de celibato.
- Graças a Deus - disse o irmão Michael, sem muita convicção.

1356 é um bom livro, com muitos dos ingredientes já conhecidos pelos leitores de Bernard Cornwell, mas não é uma obra que ficará entre as suas melhores. As soluções para algumas situações foram muito simples, digamos assim, sem toda aquela tensão que ele nos traz em outras de suas obras, e a única parte realmente boa desse livro é a batalha de Poitiers, no final, quando os franceses e ingleses entram em conflito. E mesmo essa não é uma das mais grandiosas batalhas.

Resumindo um pouco: quem gostou bastante da trilogia principal certamente gostará desse livro, mas não é aquele tipo de obra que eu recomendaria para aqueles que estão iniciando em livros do Bernard Cornwell. Azincourt, por exemplo, que também se passa durante a Guerra dos Cem Anos, é muito superior. Mesmo assim, leitura obrigatória para todos os fãs do mestre em batalhas!

Avaliação:

A Busca do Graal:

1º livro - O Arqueiro
2º livro - O Andarilho
3º livro - O Herege
Extra - 1356

3 de jun. de 2015

Resenha: A Liga dos Artesãos - Lauro Kociuba


Título: A Liga dos Artesãos
Original: A Liga dos Artesãos
Série: Alvores #1
Autor: Lauro Kociuba
Páginas: 270
Editora: obra independente (7 de fevereiro de 2015)

Sinopse: Elfos, anões, orcs, trolls, dragões, wargs… E se eles existiram de verdade? E se tudo começou a desaparecer quando a Era dos Homens teve início? E se, ainda hoje, houver remanescentes desses seres entre nós? Alvores é uma história de realidade alternativa, inspirada principalmente em leituras de Neil Gaiman e suas conexões de fantasia e o mundo real, pelo autor. Imagine o nosso mundo atual, mesclando com ficção fantástica, onde existem cidades subterrâneas sob as capitais brasileiras – mais precisamente Curitiba (PR); elfos que vivem ocultos entre os homens; descendentes de raças lutando entre si e criaturas fantásticas surgindo e desaparecendo em meio a pontos turísticos. Todo esse universo é chamado de Alvores, os seres que surgiram na alvorada do mundo. Acompanhe Tales, um filho de encantados, desvendando uma história envolta a uma trama secular: a luta pela sobrevivência de uma raça. Entre batalhas dos descendentes de alvores, a descoberta de existência de uma cidade inteira sob seus pés e a verdade por trás de vários fatos. O leitor irá, junto com o protagonista, conhecer máquinas de guerra incríveis, personagens com habilidades curiosas, tramas e mistérios ocorrendo nas praças, terminais ou mesmo nas ruas onde passamos diariamente. De modo gradativo e embasado, se estreita a fronteira entre a realidade e a fantasia no livro. Veja o mundo com outros olhos!

Mais um livro de fantasia nacional chegou em minhas mãos nesse ano de 2015, e dessa vez por meio do Lauro Kociuba, autor de A Liga dos Artesãos, primeiro volume da série Alvores.

Ambientado em uma Curitiba atual povoada por anões, elfos, orcs, wargs e outras criaturas fantásticas, todas denominadas "alvores", A Liga dos Artesãos é uma obra de fantasia urbana que nos traz Tales, um encantado (meio humano, meio elfo) de 15 anos, como protagonista. Sob os cuidados de Aer'delo, um elfo, Tales aprende História dos Alvores, técnicas práticas de campo e treina arco avançado, tudo para que se torne importante mais adiante, quando a peleia começar.

Até aqui, alguma lembrança de O Senhor dos Anéis veio à sua mente? Não é à toa, pois todo o livro é recheado de referências a obras clássicas e não-clássicas da literatura fantástica mundo afora.

Falando um pouco mais sobre a ambientação, simplesmente não tenho o que reclamar. Me senti como se estivesse de volta ao Paraná, onde morei por 12 meses, láááááá no ano de 2006, e foi muito bem "rever" alguns locais que acabei visitando quando passei por Curitiba. A Catedral Nossa Senhora da Luz, Passeio Público, entre outros, tudo foi muito bem desenvolvido e aproveitando pelo autor, e tenho certeza que os leitores também apreciarão o resultado. Não é toda hora que anões, orcs, elfos e afins invadem uma cidade brasileira perto de você!!! haha


- Sempre tem, isso é um fato. Abra a mente. Estou abrindo as portas de um mundo novo para você, e é bom começar a rever seus conceitos. Suas certezas são questionáveis, o inesperado sempre é certo e a dúvida não é uma opção.

Toda a trama começa a se desenrolar rapidamente quando Tales, encarregado de acompanhar uma transação muito suspeita na Praça do Cavalo envolvendo alguns mestiços (metade humanos, metade orcs), acaba envolvendo-se em uma série de acontecimentos que o levarão a Khur, a cidade subterrânea dos anões que está localizada exatamente abaixo de Curitiba. Lá, acaba descobrindo um pouco sobre como os anões foram parar ali. Conhecemos também alguns personagens que serão importantes no decorrer da narrativa, como o rei Bur-Daem, líder da Liga dos Artesãos, uma sociedade criada para combater o avanço iminente dos mestiços. Também somos apresentados a Bur-Tuir, seu filho, e outros mais de sua espécie, dando destaque para Bro-Thum, um anão batedor e viciadão em motocicletas, e Bro-Khuir, seu irmão guerreiro.

Aliás, os anões foram a espécie mais citada e explorada em A Liga dos Artesãos, onde algumas de suas classes são apresentadas e a sua relação com as invenções de máquinas de guerra a vapor, por exemplo, é explicada. Destaque para os Mecanos, obviamente. Outro tipo de máquina de batalha também é bastante mencionado nesse livro, mas essa eu vou deixar para os leitores descobrirem qual é, deixando avisado que será essencial para entendermos mais sobre o objetivo da obra.


Apesar da leitura leve e fluida, talvez a narrativa falhe um pouco ao trazer muitas vezes o famoso tell, em vez do show, com alguns trechos sendo narrados em itálico e quebrando sutilmente o virar das páginas. Nada que atrapalhe, claro, mas é um ponto a ser melhorado, talvez colocando-se em meio aos diálogos dos personagens, etc. O contraponto disso é que esses trechos com fatos que aconteceram no passado eram muito interessantes e traziam informações bem relevantes para a trama e o entendimento do leitor a respeito dos detalhes do mundo. Destaque para as partes que falam sobre a Grande Guerra, onde os mestiços estavam muito próximos de vencer e acabaram sendo confrontados por uma invenção avassaladora, mudando o rumo de toda a guerra.


Os capítulos são sempre narrados em 3ª pessoa, mas nem todos eles são do ponto de vista do Tales. Alguns focam nos anões, outros nos elfos, e assim por diante, principalmente os interlúdios, que dão um aprofundamento maior a alguns dos personagens secundários da obra.

Atento também para os aspectos bélicos e tecnológicos presentes na narrativa, com as máquinas a vapor lembrando bastante um ambiente steampunk e a preocupação do Lauro em não inserir a tecnologia atual no meio, já que os alvores não são capazes de usá-la devido a um choque de características (magnéticas, talvez), algumas ligadas ao plano etéreo, que explicarei mais sobre em uma próxima resenha, quando tiver maiores informações.

Também acho que, por o livro ter pouquíssimas páginas, apenas 270, algumas cenas foram narradas muito rapidamente e poderiam tranquilamente ter mais parágrafos entre elas, detalhando-se mais os acontecimentos e suas consequências, deixando a obra mais "profunda". Um ponto a melhorar.

Como vocês devem ter visto, a capa já chama bastante atenção. Sem palavras, apenas com um símbolo desenhado no meio, a edição de A Liga dos Artesãos ficou muito bonita, já que está bem recheada de imagens internas e também passou por uma revisão legal, com pouquíssimos erros.

A Liga dos Artesãos é a história da sobrevivência da raça alvores ameaçada pelo avanço dos seus inimigos. Segredos antigos devem ser revelados para que o pior não aconteça, ao mesmo tempo em que as traições podem aparecer de todos os lados. Há muita lenha para queimar nos próximos livros, desde o confronto geral entre orcs x anões x elfos, até o desenvolvimento do próprio Tales. Certamente lerei a sequência. E queremos mais páginas, Lauro, mais páginas!

Sequência essa que se intitulará A Campanha de Sangue. Um baita título, diga-se de passagem.

Avaliação final:

Alvores:

1º livro - A Liga dos Artesãos
2º livro - A Campanha de Sangue (previsão para o 2º semestre de 2015)
...
Extras - Estações de Caça (previsão para o 1º semestre de 2015)
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