Título: O Cavaleiro da Morte
Original: The Pale Horseman
Série: Crônicas Saxônicas/Saxon Stories #2
Autor: Bernard Cornwell
Páginas: 392
Editora: Record (2005)
Sinopse: "O Cavaleiro da Morte" é um belíssimo relato de lealdades divididas, amor relutante e heroísmo desesperado. O livro começa no dia seguinte aos eventos de O Último Reino, primeiro volume da série. São tempos terríveis para os saxões. Derrotados pelos vikings, Alfredo e seus seguidores sobreviventes procuram refúgio em Æthelingæg, a região a que ficou reduzido o reino de Alfredo. Aí, encobertos pela neblina, viajam em pequenos barcos entre as ilhas na esperança de se reagruparem e encontrarem mais apoio. Ao reunir o Grande Exército, os vikings têm apenas uma ambição: conquistar Wessex. Quando atacam em uma escuridão impiedosa, Uhtred se vê surpreendentemente do lado de Alfredo. Aliados improváveis: um rei cristão devoto e um pagão que vive da espada. Alfredo é um erudito; Uhtred, um guerreiro cheio de arrogância. No entanto, a desconfortável aliança é forjada e os conduzirá dos pântanos para a colina íngreme, onde o último exército saxão lutará pela existência da Inglaterra.
Ainda não leu a resenha de O Último Reino, 1º livro das Crônicas Saxônicas? Então não perca tempo, acesse este link e fique por dentro do que aconteceu no início dessa excelente série.
Narrado em 1ª pessoa, O Cavaleiro da Morte possui uma narrativa ainda mais intensa que a do livro anterior. Após vencer a batalha em Cynuit e matar Ubba Lothbrokson, nosso protagonista volta para sua casa no interior de Wessex e tenta retomar a sua vida, agora casado com Mildrith e pai de um garoto. Mal sabe ele que o destino está sendo tecido e a guerra o espera novamente...
Após uma nova investida dos vikings, o reino de Alfredo ficou reduzido apenas à Æthelingæg, região pantanosa localizada a sudoeste de Cippanhamm. Lá eles precisam reorganizar-se, pois os invasores estão formando um exército de grandes proporções, ainda liderados pelo já conhecido Guthrum, o Sem-Sorte, e agora com a ajuda do famoso Svein do Cavalo Branco, para conquistar de vez o último reino que ainda resta na futura Inglaterra, Wessex.
Drakkar à noite, por joaomachay |
Nessa sequência, Uhtred está praticamente no ápice de sua arrogância como guerreiro, ainda mais após o seu desempenho na batalha de Cynuit. Ele tentará resolver praticamente tudo na porrada, o que acaba dando errado eventualmente, é claro. Nem só de uma boa lâmina afiada vive um homem de respeito, e o nosso protagonista aprenderá isso de diversas maneiras ao longo da série.
"Sabia que era idiota, sabia que provavelmente morreria se fosse de novo, mas éramos guerreiros e guerreiros não admitem ser derrotados. É reputação. É orgulho. É a loucura da batalha."
"Não se podia recuar de uma luta e permanecer como homem. Fazemos muita coisa nesta vida, se pudemos. Fazemos filhos, riqueza, juntamos terra, construímos castelos, juntamos exércitos e fazemos festins, mas só uma coisa sobrevive a nós. A reputação."
As mulheres também começam a fazer uma grande diferença na vida do saxão, sendo que algumas pistas são deixadas pelo autor acerca de um futuro não tão distante, onde o lado feminino da obra tomará conta e mudará drasticamente o rumo que Uhtred levará. Prestem atenção aos detalhes.
A relação de Uhtred com Alfredo também é muito explorada e rende bons momentos durante a leitura. Um guerreiro pagão que precisa obedecer a um cristão devoto? Não é toda hora que vemos isso por aí. A Igreja, como não poderia deixar de ser, continua incomodando Uhtred, e isso será uma constante em praticamente todos os livros das Crônicas Saxônicas.
"Mas eu odiava Alfredo. Odiava-o por ter me humilhado em Exanceaster quando me fizera usar manto de penitente e me arrastar de joelhos. E não pensava nele como meu rei. Ele era saxão do oeste e eu era da Nortúmbria, e acreditava que enquanto ele fosse rei Wessex teria pouca chance de sobreviver. Ele achava que Deus iria protegê-lo dos inimigos e eu achava que eles teriam de ser derrotados pelas espadas."
Bernard Cornwell surpreende-me positivamente livro após livro. Têm horas que me pego rindo e perguntando: "Como é que ele consegue fazer isso? Eu achei que nada ia acontecer depois disso e ele me prega essa peça?". Outros dirão que o destino é inexorável, afinal de contas.
Há sempre algo que não posso esquecer de falar quando o assunto é Bernard Cornwell: as descrições das paredes de escudos são simplesmente sensacionais! Querem ver como não estou mentindo?
"Então chegou o medo. A parede de escudos é um lugar terrível. É onde o guerreiro ganha reputação, e reputação é importante para nós. Reputação é honra, mas para obter essa honra o homem deve ficar na parede de escudos, onde a morte campeia. Eu estivera na parede de escudos em Cynuit e conhecia o cheiro, o fedor da morte, a incerteza da sobrevivência, o horror dos machados, espadas e lanças, e o temia. E ele estava chegando."
É impossível não gostar de um livro com várias descrições tão ricas como essa. Bernard Cornwell nos coloca dentro do campo de batalha e nos faz sentir na pele o gosto amargo do sangue, como vocês verão no final do livro, onde a famosa Batalha de Ethandun é retratada.
Se você é fã de batalhas, sinta-se obrigado a ler Crônicas Saxônicas. Não perca tempo!
Pontos fortes: TUDO! A narrativa empolgante, as paredes de escudos, o destino inexorável...
Pontos fracos: eu sou um pouco suspeito para falar dos livros do Bernard, pois são sensacionais. Ainda estou tentando achar outro autor que narre tão bem as batalhas como ele, mas está difícil.
Avaliação:
Crônicas Saxônicas:
1º livro - O Último Reino
2º livro - O Cavaleiro da Morte
3º livro - Os Senhores do Norte
4º livro - A Canção da Espada
5º livro - Terra em Chamas
6º livro - Morte dos Reis
7º livro - O Guerreiro Pagão
8º livro - O Trono Vazio
...
uau q livro legal.
ResponderExcluirÉ muito bom mesmo, Alice!
ExcluirVagner,
ResponderExcluirO seu blog está maravilhoso:
- textos relevantes e interessantes!
- organização bem distribuída tornando a visualização super agradável!
Parabéns, lindo!
Dá prazer seguir um blog assim!
Quando eu crescer quero ser como você! ;)
Obrigado pelos imensos elogios, Telma!
ExcluirNão deixe de acompanhar o blog todos os dias. São leitores como você que fazem o blog crescer cada vez mais.
Abraços!
OBS: Você já é muito maior que eu! ehauaheuhauhuaeh
Muito bom mesmo Vagner. "As Crônicas Saxonicas" de Cornwell é muito boa. Já li três livros e cada um é melhor que o outro.
ResponderExcluirVale a pena.
Eu estou louco para terminar o 3º e começar logo o 4º livro. Quanto mais eu leio, mais eu gosto desse romance histórico!
ExcluirNão sei se por que li O Cavaleiro da Morte logo quando terminei o O Ultimo Reino, mas fiquei com a impressão de que o autor é meio repetitivo. Uma descrição da parede de escudos já aparecia no primeiro livro. Beocca, o padre, é descrito mais de uma vez no segundo livro. E por outro lado, a morte de certos personagens parecem terem sido em vão, desprovidas de emoção, meio que sem propósito. Não ainda li o Os Senhores do Norte, talvez esteja enganada e haja uma emoção futura, mas fiquei com essa pequena impressão negativa... Não que isso tire o brilho do livro. Tem hora que parece que vai jorrar sangue das páginas! Dá para se ver ali, lutando ao lado de Uhtred.
ResponderExcluirMas essas descrições das paredes de escudos são as melhores partes dos livros, Thalita! rsrs
ExcluirO autor sempre foi bem descritivo em seus livros e um pouco enrolado algumas vezes, diga-se de passagem, mas isso passa pelo gosto de cada um na hora da leitura. Pode ter certeza que essa sua impressão negativa é apenas passageira e continue avançando na história de Uhtred.
Boa leitura e depois passe aqui para me dizer o que achou do 3º livro.
Beijos.
O Segundo livro dessa série é espetacular... começo a ler o terceiro em breve... sou fã do Autor... a forma como ele descreve o campo de batalha... os amores é incrível
ResponderExcluirE só vai melhorar, isso posso te garantir! Leia logo o próximo (3º), ele tem alguns acontecimentos bem importantes para o desenrolar dos fatos.
ExcluirAbraços e passe sempre por aqui!
Muito bom mesmo este segundo livro da série, principalmente a batalha final, mas ainda prefiro o primeiro por muito pouco.
ResponderExcluirbomlivro1811.blogspot.com.br
O 1º é levemente melhor que esse mesmo, mas a Batalha de Ethandun é foda pra caramba. Aquela subida do morro foi épica!
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