Título: O Guerreiro Pagão
Original: The Pagan Lord
Série: Crônicas Saxônicas/Saxon Stories #07
Autor: Bernard Cornwell
Páginas: 336
Editora: Record
Sinopse: Após um incidente envolvendo um abade, Uhtred, um dos últimos senhores pagãos entre os saxões, se vê atacado pela Igreja e por seus seguidores. Sem suas terras e com poucos homens, tudo que lhe resta é colocar um ousado plano em prática: recuperar Bebbanburg, a fortaleza onde cresceu e que foi tomada por seu tio. Porém, o que Uhtred não sabe é que sua missão pessoal vai colocá-lo num ardil capaz de reacender o confronto entre saxões e dinamarqueses, que pode selar de uma vez por toda o destino da Britânia e de sua rivalidade com Cnut.
Trago para você, desbravador, em primeiríssima mão, a resenha de um livro que ainda nem foi lançado aqui no Brasil. Mas como isso, Vagner? É muito simples! Acabei conseguindo a versão digital em inglês do livro The Pagan Lord (tradução original do exemplar dessa resenha), não me aguentei e tive que ler mais para saber o que acontecia com Uhtred, o guerreiro mais famoso e temido de toda a Britânia.
Muito bem, vamos aos fatos: após a morte do rei Alfredo no livro anterior, seu filho Eduardo está no trono e o reino passa por um leve período de paz. Uhtred vive agora sem o peso de precisar defender o novo rei, já que seu juramento estendia-se apenas ao falecido Alfredo. Portanto, nada melhor do que descansar um pouco e apenas cuidar das lavouras, certo? Nada disso!
Como a própria sinopse já nos adianta, Uhtred tem um grande desentendimento com a Igreja, o que o força a deixar seu lugar de descanso e partir em busca de outras coisas. Nesse momento, percebe-se a grande importância que o autor dá à religião em seus livros, trazendo-a sempre à tona nos momentos importantes e muitas vezes mudando o rumo de diversos personagens, como é o caso do nosso protagonista.
O Guerreiro Pagão também fala de vingança, de honra, da vontade de recuperar o que é seu, e é nessa parte que entra Bebbanburg, a fortaleza inexpugnável onde Uhtred nasceu e que foi covardemente tomada pelo seu tio Ælfric há muitos anos, quando ele ainda era uma criança. Percebam, portanto, que praticamente 40 anos se passaram (Uhtred tem 52 anos nesse 7º livro da série, pelas minhas contas) até ele ter a grande oportunidade de rever o seu antigo lar. Imaginem o tamanho da raiva, da vontade, da NECESSIDADE de retomar aquele lugar que é seu por direito e viver ali para sempre. Dá até para sentir na pele o que Uhtred está passando, e é certamente isso que me faz gostar tanto desse personagem desde a primeira vez que me foi apresentado.
Nem é preciso mencionar que o autor usou e abusou das paredes de escudos nesse livro, pois são tantas batalhas memoráveis e destinos traçados que é impossível passar um livro só sem uma descrição magnífica de como os soldados "se abraçam como amantes no meio de uma selva cheio de perigos", de como o homem ao seu lado é o seu melhor amigo e irmão, de como uma espada curta é muito melhor que uma espada longa nesse tipo de embate, de como os escudos devem se manter unidos e o seu braço jamais fraquejar.
Vale destacar a crescente ameaça dos dinamarqueses vindos do norte, entre eles os temidos Sigurd e Cnut, sempre perigosos e procurando algum modo de derrotar os exércitos saxões e tomar de uma vez a Britânia para poderem chamar de sua. Outro ponto revelante é o conflito pessoal de Uhtred com os seus filhos. Um deles é seu caçula e está se tornando um guerreiro, por isso recebeu o mesmo nome do pai Uhtred. Já o outro é seu filho legítimo e não tem a menor vontade de partir para a guerra, preferindo ser um padre, o que leva à ira de Uhtred e o seu posterior abandono, já que seria inadmissível para ele um guerreiro de renome "ter um filho que se esconda por baixa de uma túnica", segundo suas próprias palavras.
Bernard Cornwell nos brinda com uma empolgação crescente a cada página virada, preparando-nos para um final épico, de tirar o fôlego, minuciosamente preparado durante todo o livro. Fiquei satisfeito com isso, pois, apesar de já imaginar como o livro acabaria, o desfecho foi tão bem escrito e planejado que é impossível não gostar desse livro. Certamente uma leitura e tanto, não só para quem gosta de Uhtred, não só para quem gosta de vikings, mas para quem é apaixonado por batalhas e, principalmente, por paredes de escudos.
Esse é um livro de respeito, uma verdadeira obra de arte em se tratando de romance histórico e/ou ficção histórica, como é comumente taxado o gênero de escrita do autor. Um mestre em batalhas, uma lenda viva para quem quer saber mais principalmente sobre a Inglaterra e os seus antigos conflitos, já que o autor sempre se utiliza de histórias reais para criar os enredos dos seus livros. Enfim, para finalizar, fica a dica: leia essa série! O quanto antes, o mais rápido possível.
Wyrd biõ ful ãræd: o destino é inexorável.
9º livro - Guerreiros da Tempestade
10º livro - O Portador do Fogo
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Muito bem, vamos aos fatos: após a morte do rei Alfredo no livro anterior, seu filho Eduardo está no trono e o reino passa por um leve período de paz. Uhtred vive agora sem o peso de precisar defender o novo rei, já que seu juramento estendia-se apenas ao falecido Alfredo. Portanto, nada melhor do que descansar um pouco e apenas cuidar das lavouras, certo? Nada disso!
Como a própria sinopse já nos adianta, Uhtred tem um grande desentendimento com a Igreja, o que o força a deixar seu lugar de descanso e partir em busca de outras coisas. Nesse momento, percebe-se a grande importância que o autor dá à religião em seus livros, trazendo-a sempre à tona nos momentos importantes e muitas vezes mudando o rumo de diversos personagens, como é o caso do nosso protagonista.
"Se você me disser que as guerras terminaram, então eu saberei que as paredes de escudos serão formadas muito em breve. - Uhtred"
O Guerreiro Pagão também fala de vingança, de honra, da vontade de recuperar o que é seu, e é nessa parte que entra Bebbanburg, a fortaleza inexpugnável onde Uhtred nasceu e que foi covardemente tomada pelo seu tio Ælfric há muitos anos, quando ele ainda era uma criança. Percebam, portanto, que praticamente 40 anos se passaram (Uhtred tem 52 anos nesse 7º livro da série, pelas minhas contas) até ele ter a grande oportunidade de rever o seu antigo lar. Imaginem o tamanho da raiva, da vontade, da NECESSIDADE de retomar aquele lugar que é seu por direito e viver ali para sempre. Dá até para sentir na pele o que Uhtred está passando, e é certamente isso que me faz gostar tanto desse personagem desde a primeira vez que me foi apresentado.
Bernard Cornwell inspirou-se nesse castelo para criar Bebbanburg |
Nem é preciso mencionar que o autor usou e abusou das paredes de escudos nesse livro, pois são tantas batalhas memoráveis e destinos traçados que é impossível passar um livro só sem uma descrição magnífica de como os soldados "se abraçam como amantes no meio de uma selva cheio de perigos", de como o homem ao seu lado é o seu melhor amigo e irmão, de como uma espada curta é muito melhor que uma espada longa nesse tipo de embate, de como os escudos devem se manter unidos e o seu braço jamais fraquejar.
"E nós gritamos. Nós gritamos nosso grito de guerra, nosso brado de matança, nossa alegria em sermos homens que eram movidos pelo terror."
"Ele estava olhando nos meus olhos. Um homem que usa uma espada com habilidade mortal sempre encara os olhos do seu oponente."
Vale destacar a crescente ameaça dos dinamarqueses vindos do norte, entre eles os temidos Sigurd e Cnut, sempre perigosos e procurando algum modo de derrotar os exércitos saxões e tomar de uma vez a Britânia para poderem chamar de sua. Outro ponto revelante é o conflito pessoal de Uhtred com os seus filhos. Um deles é seu caçula e está se tornando um guerreiro, por isso recebeu o mesmo nome do pai Uhtred. Já o outro é seu filho legítimo e não tem a menor vontade de partir para a guerra, preferindo ser um padre, o que leva à ira de Uhtred e o seu posterior abandono, já que seria inadmissível para ele um guerreiro de renome "ter um filho que se esconda por baixa de uma túnica", segundo suas próprias palavras.
Bernard Cornwell nos brinda com uma empolgação crescente a cada página virada, preparando-nos para um final épico, de tirar o fôlego, minuciosamente preparado durante todo o livro. Fiquei satisfeito com isso, pois, apesar de já imaginar como o livro acabaria, o desfecho foi tão bem escrito e planejado que é impossível não gostar desse livro. Certamente uma leitura e tanto, não só para quem gosta de Uhtred, não só para quem gosta de vikings, mas para quem é apaixonado por batalhas e, principalmente, por paredes de escudos.
Esse é um livro de respeito, uma verdadeira obra de arte em se tratando de romance histórico e/ou ficção histórica, como é comumente taxado o gênero de escrita do autor. Um mestre em batalhas, uma lenda viva para quem quer saber mais principalmente sobre a Inglaterra e os seus antigos conflitos, já que o autor sempre se utiliza de histórias reais para criar os enredos dos seus livros. Enfim, para finalizar, fica a dica: leia essa série! O quanto antes, o mais rápido possível.
Wyrd biõ ful ãræd: o destino é inexorável.
Avaliação final:
As Crônicas Saxônicas:
1º livro - O Último Reino
2º livro - O Cavaleiro da Morte
3º livro - Os Senhores do Norte
4º livro - A Canção da Espada
5º livro - Terra em Chamas
6º livro - Morte dos Reis
7º livro - O Guerreiro Pagão
8º livro - O Trono Vazio2º livro - O Cavaleiro da Morte
3º livro - Os Senhores do Norte
4º livro - A Canção da Espada
5º livro - Terra em Chamas
6º livro - Morte dos Reis
7º livro - O Guerreiro Pagão
9º livro - Guerreiros da Tempestade
10º livro - O Portador do Fogo
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Aguardando ansiosamente a versão em português. :)
ResponderExcluirA versão em português acabou de ser lançada. Só procurar nas livrarias que você certamente a encontrará!
ExcluirEu não me lembro dele ter um filho bastardado
ResponderExcluirNão tem... ou ele surge neste livro ou quem escreveu a resenha confundiu Oabert, o filho caçula, com bastardo. Li a pouco tempo pela 2ª vez. Não tem bastardo. No primeiro capítulo do livro em inglês ele troca o nome de Osbert por Uthred, já q ele renega o filho mai velho q virou padre. Ansiosa!!!
ExcluirFoi um erro de interpretação mesmo. Obrigado por terem me avisado que era caçula e não bastardo do Uhtred. Já alterei ali na resenha!
ExcluirÉ tanta coisa que uma ou outra acaba passando de vez em quando... rsrs
ExcluirNão vou ler essa resenha...... vou esperar o livro!!!!!! Que demora pqp.
ResponderExcluirNão vai esquecer de passar aqui depois que ler o livro, ok?!?
ExcluirPreciso desse livro!!!!!
ResponderExcluirJá comprou, Thiago? O livro acabou de ser lançado!
ExcluirE alguém tem alguma notícia de quando será publicado no Brasil?
ResponderExcluirA editora está esperando publicar o 8º livro antes de lançar o 7º ?
O.o
Já está em pré-venda nas livrarias Saraiva e Cultura. Lançamento será no dia 30 de Junho.
ExcluirAdoro essa saga. O livro será lancado aqui no Brasil em 10/07, mas está em pré venda. Parabéns pelo post!
ResponderExcluirCarmen
É uma saga muito boa mesmo, Carmen! Já comprou o livro e deu uma lida?
ExcluirAbraços e passe sempre por aqui!
Este é possivelmente o melhor da série , até agora...parece que todos os anteriores foram preparação para chegar neste desfecho de tirar o fôlego, sensacional...
ResponderExcluirCertamente, Wesley. Gostei DEMAIS desse livro e o final é de tirar o fôlego mesmo. Leitura recomendadíssima!
ExcluirUma grande decepção. Não chega perto de qualquer outro da série.
ResponderExcluirDo que você não gostou? Seja mais específico.
ExcluirOlá, Vagner! Acredita que ainda não consegui ler essa série? Eu sei, eu sei, que vergonha! Tsc tsc, vou ver se consigo começar a ler neste segundo semestre. Adorei a resenha. Abs.
ResponderExcluirIsso é um insulto ao Bernard Cornwell, Cassiana! Tenta ler somente o primeiro e vê se gosta, te recomendo depois essa série, ainda mais você que lê vários livros com batalhas, guerras e coisas do gênero. Abraços!
ExcluirAinda não li nenhum livro dessa série e tenho uma vontade enorme de ler. A cada resenha que leio sobre os livros da série, mais e mais aumenta minha vontade de ler a série. amei sua resenha.
ResponderExcluirJá está na hora de começar então, Maristela! Compre ou pegue emprestado o primeiro livro e dê uma olhada. Caso goste, tenho certeza que não se arrependerá em comprar todos os outros já lançados. Abraços!
ExcluirEstou ansiosa pra ler esta série. O pouco que li aqui já fiquei curiosa e empolgada. Não esperava que me interessaria tanto. Uma história forte e emocionante é o que desejo ler no momento. Beijos.
ResponderExcluirE ficará mais empolgada ainda quando começar a ler, beth! Te recomendo muito essa série, não só pelo personagem principal, mas por contar boa parte da história da formação da Inglaterra como conhecemos hoje. Beijos.
ExcluirAdorei a resenha! Parece ser uma estória cheia de aventura, ação e reviravoltas, tudo muito bem construído pelo autor. Adoro ficção histórica e este livro parece ser um dos melhores do gênero, prendendo muito o leitor. Pelos seus comentários finais, esta parece ser uma leitura incrível, obrigatória. Fiquei com vontade de ler também! :)
ResponderExcluirbeijos
Não parece, É uma estória cheia de aventura, ação e reviravoltas, Dani! Te confesso que, dentro da ficção histórica, para mim não existe autor melhor que o Bernard Cornwell e essa série é a prova disso. Pode ler que o retorno é garantido! Beijos.
ExcluirA única coisa que me chateou foi que o livro acabou e Bebamburgh tá lá, intocada! rs Tenho todos os livros desta série, além de outras obras maravilhosas de Cornwell, mas estou ficando impaciente, pois o coitado do Uthred nunca pega seu lar de volta, parece perseguição. rs
ResponderExcluirGostei muito do livro, muito intenso, como todos da série.
O Cornwell faz isso de propósito, Sybylla, só pode!! Jurei que nesse livro ele iria reconquistar Bebbanburgh, mas ele chegou muito perto. Talvez no próximo? haha
ExcluirPra mim é um dos melhores da série até agora, espero que o oitavo, que será lançado em outubro, mantenha o nível.