RESENHA: CORAÇÕES DE NEVE - RAPHAEL DRACCON

Sinopse: Coisas estranhas continuam a acontecer... Uma adolescente desenvolve uma iniciação mística proibida, despertando dons extraordinários que tocam nos dois lados da vida. Dois irmãos descobrem uma ligação de família com antigos laços de magia negra, que lhes são cobrados. Duas antigas sociedades secretas que deveriam estar exterminadas renascem como uma única, extremamente furiosa. Após duas décadas preso e prestes a completar 40 anos, um ex-prisioneiro reconhecido mundialmente pelas ideias de rebeldia e divisão justa dos bens roubados de ricos entre pobres é libertado, desenterrando velhas feridas, ressentimentos entre monarcas e canções de guerra perigosas. O último príncipe de Arzallum resgata sombrios segredos familiares e enfrenta o torneio de pugilismo mais famoso do mundo, despertando na jornada poderosas forças malignas e benignas além de seu controle e compreensão. E a tecnologia do Oriente chega de maneira devastadora ao Grande Paço, dando início a um processo que irá unir magia e ciência, modificando todo o conhecimento científico que o Ocidente imaginava possuir. E o mundo mudará. Mais uma vez.

Muita coisa aconteceu ao término do primeiro livro que a expectativa para este segundo só poderia ser muito boa. E ainda bem que ela foi correspondida (com sobras)! Corações de Neve continua a narrativa de Draccon em ótimo nível e possui ainda mais reviravoltas do que o livro anterior.

Anísio Branford precisa assumir o trono após a morte de seu pai Primo e de sua mãe Terra nas mãos de uma bruxa maligna. Dessa maneira, Axel Branferd torna-se primeiro príncipe e precisará lidar com uma pressão gigantesca por estar participando do maior torneio de pugilismo do mundo, o Punho de Ferro.

  "Rei Anísio observou o jardim de flores coloridas, espalhadas entre estátuas de alabastros, mas não reparou em nenhuma cor. Estava pensativo e tenso; não era fácil para um homem ter o poder do mundo nas próprias mãos."

Como você já pode imaginar, uma troca no comando significa mudanças na atitude e no modo de pensar de uma nação, que terá que decidir se aceita ou não as mudanças trazidas por um duende do outro lado do mundo, o qual mostra aos habitantes as novas tecnologias do oriente e deixa todos entusiasmados com o futuro de Nova Ether.

A melhor parte deste livro, sem sombra de dúvidas, é o torneio de pugilismo: o famoso Punho de Ferro, onde Axel Branford representa Arzallum na disputa para saber quem é o melhor lutador do continente. Muita ação, emoção e golpes decisivos aguardam pela curiosidade  insaciável do leitor.

  "E enfim escutou seu treinador dizer:

   - É a sua vez...

   Ergueu-se com a expressão fechada. Mordeu o lábio inferior e apertou os punhos. Precisava entrar naquela arena. Precisava. Estava com medo, mas ao mesmo tempo estava se alimentando daquele sentimento.

   ...

   Axel não olhava para ele. Não importava o rosto de seus adversários. O inimigo nunca tinha rosto. Na arena, só havia ele e o outro.

   O povo de Arzallum começou a batucar e a gritar o nome dele. A pele se arrepiou."

Dessa vez, diversos outros contos de fada são recontados na escrita de Raphael Draccon. Um deles nos remete às histórias de Branca de Neve e os seus sete anões e o outro nos relembra do herói-dos-pobres Robin Hood e seu bando de assaltantes. Ponto para o autor que soube utilizá-los muito bem e dar um excelente desfecho para este segundo livro.

Pontos fortes: é muito melhor do que o primeiro!

Pontos fracos: cadê o mapa que tinha no livro anterior? rsrs

Avaliação:

Dragões de Éter:

1º livro - Caçadores de Bruxas
2º livro - Corações de Neve
3º livro - Círculos de Chuva