25 de nov. de 2014

Resenha: The Way of Kings - Brandon Sanderson


Título: The Way of Kings
Original: The Way of Kings
Série: The Stormlight Archive #01
Autor: Brandon Sanderson
Páginas: 1007
Editora: Tor Books

Sinopse: Roshar is a world of stone and storms. Uncanny tempests of incredible power sweep across the rocky terrain so frequently that they have shaped ecology and civilization alike. Animals hide in shells, trees pull in branches, and grass retracts into the soiless ground. Cities are built only where the topography offers shelter. It has been centuries since the fall of the ten consecrated orders known as the Knights Radiant, but their Shardblades and Shardplate remain: mystical swords and suits of armor that transform ordinary men into near-invincible warriors. Men trade kingdoms for Shardblades. Wars were fought for them, and won by them. One such war rages on a ruined landscape called the Shattered Plains. There, Kaladin, who traded his medical apprenticeship for a spear to protect his little brother, has been reduced to slavery. In a war that makes no sense, where ten armies fight separately against a single foe, he struggles to save his men and to fathom the leaders who consider them expendable. Brightlord Dalinar Kholin commands one of those other armies. Like his brother, the late king, he is fascinated by an ancient text called The Way of Kings. Troubled by over-powering visions of ancient times and the Knights Radiant, he has begun to doubt his own sanity. Across the ocean, an untried young woman named Shallan seeks to train under an eminent scholar and notorious heretic, Dalinar’s niece, Jasnah. Though she genuinely loves learning, Shallan’s motives are less than pure. As she plans a daring theft, her research for Jasnah hints at secrets of the Knights Radiant and the true cause of the war. The result of over ten years of planning, writing, and world-building, The Way of Kings is but the opening movement of the Stormlight Archive, a bold masterpiece in the making.

Brandon Sanderson está, de fato, entrando na lista dos meus autores favoritos. Cada livro dele é praticamente uma obra-prima e com The Way of Kings não foi nada diferente, muito pelo contrário, é a confirmação de que o autor está sempre melhorando! Primeiro livro da série The Stormlight Archive, a qual promete ter DEZ livros, essa obra foi feita para aquele leitor que adora batalhas, personagens bem desenvolvidos, momentos vibrantes e todo aquele clima épico que envolve um mundo gigante (Roshar) e que está em guerra.

O livro começa com um prelúdio cerca de 4.500 anos antes da história atual, quando dois Heralds conversam após uma batalha contra os temidos Voidbringers, seres que expalhavam destruição por onde passavam, e decidem partir, deixando suas armas e a humanidade para trás. Vale ressaltar que existem 10 ordens de Radiants e que cada uma dela segue um dos dez Heralds. Quando eles decidiram deixar os humanos, um deles ficou para trás e nunca foi encontrado, além de os Radiants terem se voltado contra a própria humanidade e tentá-lo dizimá-los. Ficou um pouco confusa essa parte, né? Leia e certamente tudo fará sentido!

Após essa explicação inicial, somos transportados no tempo para 4.500 anos depois, quando acompanhamos um banquete de comemoração à união de dois povos: Alethkar e os Parshendi. O ponto de vista fica com Szeth, um Truthless, obrigado a cumprir ordens e jamais desobedecê-las, mesmo que contrariando a si mesmo e desejando não ter sido treinando para matar. Sua missão é muito simples: ser visto matando o rei Gavilar Kholin, governante de Alethkar. Nessa parte nos são apresentadas uma shardplate e uma shardblade, cujos donos se tornam praticamente um exército inteiro, visto que elas têm habilidades especiais e são decisivas no campo de batalha. Enfim, ao final do capítulo, Szeth consegue fazer o seu serviço e é aí que a treta começa.

Antes de avançar, preciso falar sobre Roshar. O mundo criado por Brandon Sanderson é incrível e extremamente diferente dos vistos hoje em dia. Devido às highstorms, tempestades violentas que devastam todo lugar por onde passam e acontecem seguidamente, a população precisou se adaptar a isso e agora vive em formações rochosas que os protegem (um pouco) dessas tempestades, pois não há escolha: ninguém que tenha enfrentado uma highstorm de frente jamais sobreviveu. Como a geografia dos locais virou predominantemente rochosa, as plantas e animais que vivem sobre elas são bem peculiares e adaptados a esse tipo de ambiente.

Mais cinco anos se passam após Szeth ter realizado sua missão e finalmente (!) chegamos à narrativa principal, ambientada principalmente nas Shattered Plains, planícies devastadas e muito peculiares, com abismos gigantes entre si (ver imagem ao lado) e que obrigam os exércitos a utilizarem pontes para atravessá-las devido à sua distância (ver imagem abaixo). Lá, 10 exércitos diferentes do lado de Alethkar lutam contra os Parshendi para vingar a morte de Gavilar, agora comandados por Elhokar, herdeiro do antigo rei. Cada um dos povos vive em um lado oposto das Shattered Plains, os Alethkar a oeste e os Parshendi a leste, e para se enfrentarem precisam atravessar essas formações e tentar escolher o melhor lugar para uma batalha, além de sempre perseguir os chamsfiends (imagem aqui), monstros que possuem gemstones dentro de si, as quais são extremamente cobiçadas.

Shattered Plains
Vale ressaltar também que, em Alethkar, as pessoas que estão no poder possuem olhos claros, enquanto as que têm olhos escuros fazem parte da camada mais baixa da população, principalmente escravos. E é aí que entra um dos nossos personagens principais: Kaladin. Obrigado a abandonar seu treinamento de cirurgião e ir para a guerrar com seu irmão, Kaladin acaba se tornando escravo no exército do Highprince Sadeas e trabalha como bridgeman, responsável por levar as pontes de abismo a abismo para que os exércitos possam cruzar. Um dos personagens mais ferrados e destroçados por dentro de toda a literatura, é o que posso antecipar sobre Kaladin. Antes de virar escravo, Kaladin era um mestre com sua lança e protegia as fronteiras de Alethkar, mas após tantas perdas sucessivas das pessoas que ama e dos seus companheiros é impossível manter-se o mesmo. Após determinando momento Kaladin passa a ser acompanhado por Syl, uma spren, tipo de espírito que estabelece uma ligação com alguém e passa a seguí-lo. No início ela possui uma personalidade extremamente limitada, mas com o tempo começa a adquirir um senso crítico e também desenvolve os seus pensamentos para um nível superior.

Kaladin, ao ver que seus companheiros bridgemen também encontram-se em situações não muito boas, acaba tentando tomar as rédeas da situação e procura sempre uma maneira de fazê-los não morrer na batalha seguinte, pois um bridgeman serve de isca para os Parshendi, já que eles sempre chegam antes ao campo de batalha e precisam largar as pontes para os exércitos lutarem. Muitas provações aguardam por Kaladin, já que ele parece ter sido feito para isso: sobreviver enquanto todos ao seu redor partem.


Outro personagem importante é Dalinar Kholin, shardbearer completo e irmão do antigo rei, comandante de um dos exércitos de Alethkar e agora intrigado com um livro chamado The Way of Kings, que contém pensamentos dos antigos Radiants e seus ideais. Atormentado pelas highstorms, Dalinar sempre tem visões quando elas chegam, mas ninguém sabe ao certo se elas são reais ou apenas frutos de sua imaginação. Preparem-se para as melhores batalhas do livro com Dalinar e seu filho Adolin, dois shardbeares que conseguem suportar ataques de centenas de Parshendi e com isso estão sempre na linha de frente quando uma guerra acontece. Esse cara ainda será muito importante no decorrer da série, ainda mais por nutrir uma antipatia por Sadeas, comandante de outro dos exércitos de Alethkar.
Shardbearers, guerreiros que possuem shardplate e/ou shardblade

Acharam que não ia ter personagem feminina nesse livro? Pois se enganaram! Shallan Davar está aí para provar que nem só de homens fortes e guerreiros se faz uma boa fantasia épica. Com a intenção de virar aprendiz de Jasnah Kholin, filha do antigo rei, Shallan viaja e também tem outros planos em mente, muito menos íntegros. Atormentada pela morte recente do pai, ela deixa sua casa e seus irmãos para trás e aposta todas as suas fichas nisso, mal sabendo que irá se inserir em uma trama muito mais complexa. Shallan foi a personagem que menos simpatizei, mas ela certamente será importante para o desenvolver da história pois acaba nos apresentando diferentes aspectos de Roshar e seus estudos sobre seres do passado provavelmente mudarão o rumo de todos os personagens em algum momento.


O sistema de magias é bem complexo, composto por surgebinding e voidbinding, cada um deles dividido em dez tipos diferentes (imagem abaixo). Não nos são apresentados muitos detalhes sobre isso nesse primeiro volume, então vou deixar essa explicação para outro momento, quando souber melhor como explicá-lo para você, leitor. Só fique sabendo que esse sistema é muito interessante e nem todos os personagens podem utilizar esses diferentes tipos de magia.

Arte interna do livro com anotações de algum leitor

Você, que está lendo essa resenha nesse exato momento e costuma ler em inglês, parta logo para The Stormlight Archive e admire-se com um livro excelente, protagonizado por personagens muito bem construídos e um worldbuilding gigantesco, capaz de deixar qualquer leitor perdido em meio a tantos lugares e suas peculiaridades. Não preocupe-se com o tamanho do menino, 1.007 páginas, algumas delas podem até não fazer sentido em algum momento e parecem apenas enrolação de linguiça, continue, seja insistente, e NÃO TENHA PRESSA EM TERMINÁ-LO. O final te deixará todo tonto e ávido por mais. Eu avisei, podem me cobrar depois...

Por fim, digo para vocês que a edição da Tor Books é simplesmente magnífica. Com capa dura e cheia de imagens incríveis e coloridas ainda por cima, essa edição de The Way of Kings é leitura obrigatória para os fãs de fantasia épica e que ainda por cima não dispensam um livro bonito e gigante, digno de ser folhado. Que venha o próximo, um monstro colossal de quase 1.100 páginas!

Avaliação final:

The Stormlight Archive:

1º livro - The Way of Kings
2º livro - Words of Radiance
3º livro - Oathbringer (previsão de lançamento para 2016)

4º livro - Sem nome
5º livro - Sem nome
6º livro - Sem nome
7º livro - Sem nome
8º livro - Sem nome
9º livro - Sem nome
10º livro - Sem nome

12 comentários:

  1. Uau! Essa parece ser A série do Brandon mesmo! Só ouço excelentes elogios sobre esse livro e a sequência. Vamos ver se alguma editora brasileira se empolga e publica a série aqui (já imaginando o preço absurdo, mas vale cada centavo).

    Adorei a resenha. Abs!

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    1. E essa é mesmo A série dele, Cassiana, a maioria dos fãs fervorosos do Brandon diz isso. Ele melhorou muito desde Mistborn e o resultado dá pra ver em The Way of Kings. Pelo que eu sei a LeYa já tem os direitos de publicação da série, mas estão aguardando as vendas de Mistborn pra ver se vale a pena trazer pro Brasil. O preço deve ficar bem salgadinho mesmo, acima dos 50 reais, mas é uma edição que vale muito a pena.

      Abração e aguardo a sua resenha!

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  2. Uau, fantástica a resenha! Adorei as imagens. O worldbuilding do Brandon nunca deixa de me espantar, e só ele mesmo tem moral pra inserir uns três capítulos antes de começar a história, rs. Os interlúdios também são legais, embora eu sempre fique ansiosa pra voltar pros personagens principais.

    Ah, e Words of Radiance é tão bom quanto (se não melhor). E saber que não temos que esperar uma década entre um livro e outro anima ainda mais, né? Brandon <3

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    1. As imagens são incríveis mesmo, tenho um grande arquivo delas aqui no pc e passo de vez em quando só pra dar uma olhada! hahaha

      O Brandon está sempre se superando, ainda mais nesses vários "prólogos" que ele insere antes da história principal, que só começa mesmo lá depois da página 50.

      O Words of Radiance eu comecei a ler nessa semana, tô gostando do início até o momento, espero até que supere The Way of Kings, o que acho bastante difícil, mas vamos ver o que a leitura me reserva...

      Abração e passe sempre por aqui!

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  3. Sanderson foi o cara que despertou o meu amor por alta fantasia ano passado, e essa série com certeza vai tar em um dos meus top favoritas por um longo tempo!
    Eu tô com o coração apertado de ver que Skybreaker só vai lançar ano que vem, mas com Firefight (continuação de Steelheart) lançando na terça que vem e tendo previsão de lançamento de mais dois livros dele ainda em 2015 eu me sinto muito feliz, porque eu adoro os sistemas de magia que o Sanderson faz, é simplesmente sensacional!

    Muito legal a sua resenha, mandou muito bem! :)

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    1. Teremos que esperar até 2016 por Skybreaker, mas felizmente o Brandon mantém uma boa média de livros por ano e nunca precisamos esperar DEMAIS!! haha

      Firefight eu pretendo ler em 2015, seria uma das minhas primeiras leituras, mas acabei passando para outras e acho que só lerei daqui uns meses, fazer o quê, né? :v

      Obrigado por comentar e passe sempre por aqui!

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  4. O primeiro da saga Mistborn eu já achei um dos melhores livros que li na vida, e se este for ainda melhor, será em um nível tão alto que ainda não li se tratando de fantasia medieval, pena que não leio em inglês.

    bomlivro1811.blogspot.com.br

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    1. Esse é num nível bem mais épico, Maurilei, então a leitura é bem mais densa que Mistborn, mas muito melhor de ser aproveitada. Caso algum dia parta pro inglês, pode ir sem medo!

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  5. cara, alguma novidade sobre essa serie ta perto de chegar no Brasil? gosto muito do seu blog, valeu abraço.

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    1. Alvaro, a Aleph tem os direitos da Aleph, TALVEZ publiquem no Brasil ainda em 2017, mas eu acho que vai ficar pra 2018 mesmo.

      Valeu pelos elogios, apareça sempre! Abraços.

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  6. Iai tem noticia sobre o lançamento da serie no brasil ?

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Em breve, sua opinião será lida e respondida. Obrigado por comentar no Desbravando Livros!

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