1 de dez. de 2014

Resenha: O Olho do Mundo - Robert Jordan


Título: O Olho do Mundo
Original: The Eye of the World
Série: A Roda do Tempo #01
Autor: Robert Jordan
Páginas: 800
Editora: Intrínseca (agosto de 2013)

Sinopse: Um dia houve uma guerra tão definitiva que rompeu o mundo, e no girar da Roda do Tempo o que ficou na memória dos homens virou esteio das lendas. Como a que diz que, quando as forças tenebrosas se reerguerem, o poder de combatê-las renascerá em um único homem, o Dragão, que trará de volta a guerra e, de novo, tudo se fragmentará. Nesse cenário em que trevas e redenção são igualmente temidas, vive Rand al’Thor, um jovem de uma vila pacata na região dos Dois Rios. É a época das celebrações de final de inverno — o mais rigoroso das últimas décadas —, e, mesmo na agitação que antecipa o festival, chama a atenção a chegada de uma misteriosa forasteira. Quando a vila é invadida por bestas que para a maioria dos homens pertenciam apenas ao universo das lendas, a mulher não só ajuda Rand e seus amigos a escapar dali, como também os conduz àquela que será a maior de todas as suas jornadas. A desconhecida é uma Aes Sedai, artífice do poder que move a Roda do Tempo, e acredita que um dos jovens seja o profético Dragão Renascido — aquele que poderá salvar ou destruir o mundo. 

O Olho do Mundo é o primeiro de uma série de CATORZE livros intitulada A Roda do Tempo, escrita pelo autor Robert Jordan, falecido logo após terminar o 11º livro, mas que felizmente o autor Brandon Sanderson teve a honra e a gigantesca responsabilidade de finalizar os três volumes finais e não deixou os leitores da série na mão e sem saber o final.

Como visto na sinopse acima, é numa vila tranquila na região dos Dois Rios que tudo começa. Vamos sendo apresentados aos jovens personagens principais Rand al'Thor (possui a maior parte dos pontos de vista da história), Mat Cauthon, Perrin Aybara, Nynaeve al'Meara (Sabedoria da vila, comanda o conselho de mulheres da cidade, mesmo sendo apenas uma adolescente) e Egwene al'Vere (filha do prefeito) aos poucos, assim como outros que fazem parte da história e tem lá a sua importância. Enquanto todos festejam o final do inverno, coisas estranhas começam a acontecer: uma desconhecida aparece na vila de repente e um cavaleiro negro misterioso é visto pelos jovens nos arredores, mas ninguém o consegue identificar.

Em determinado momento seres muito estranhos, com cabeças de bode e extremamente musculosos, atacam a vila e destroem tudo e todos ao seu redor, procurando por alguma coisa ou alguém. Até então eles eram somente lendas e mitos para os habitantes da vila, mas os Trollocs agora tornam-se um pesadelo real. E é nessa hora que aparecem Moiraine e Lan. A misteriosa mulher é uma Aes Sedai, capaz de controlar o poder que move a Roda do Tempo, enquanto o homem é um Guardião, jurado a protegê-la e, para mim, um dos grandes mistérios desse primeiro livro, pois somente nos é revelado quem ele realmente é e quais são suas origens na segunda parte do livro. Ambos estão à procura do Dragão Renascido, que segundo as profecias irá ressurgir quando o mal tomar conta do mundo e ele será a salvação (ou não) da humanidade.

 

Falando um pouco mais sobre a parte mágica da história toda, O Poder Único vem da Fonte Verdadeira, a força que impulsiona a Criação, a força que o Criador gerou para girar a Roda do Tempo. Saidin, a metade masculina da Fonte Verdadeira, e saidar, a metade feminina, trabalham uma contra a outra e ao mesmo tempo em conjunto para produzir essa força. Saidin é maculado pelo toque do Tenebroso, somente homens podem utilizá-lo e a maioria deles foi tão corrompida a ponto de enlouquecerem.  Somente saidar, a força utilizada pelas Aes Sedai, pode ser usada com  segurança. Apenas poucas pessoas conseguem aprender a tocar a Fonte Verdadeira e usar o Poder Único, e algumas dessas poucas podem aprender num nível mais elevado, outras, num nível menor. 

Focando bastante na fuga dos protagonistas em direção ao desconhecido, ao longo da história vamos desbravando novos lugares, como Baerlon, Caemlyn, Ponte Branca, Fal Dara, entre outros, com nossos protagonistas (quase) sempre acompanhados por Moiraine e Lan. Aos poucos percebe-se que não só um Dragão Renascido pode ter reencarnado, mas vários falsões Dragões aparecem para tentar preencher esse cargo e com eles as intrigas políticas também começam, pois sempre que alguém resolve se intitular de algo em livros de fantasia épica é certo que alguma treta vai rolar.


Não sei por que, mas esse livro realmente não me convenceu. Existem várias partes boas na narrativa, confesso, mas entre elas a leitura parece se arrastar que até cheguei a parar umas duas vezes para ler outras obras e depois resolvi voltar aqui para finalizá-la. Essas partes boas e ruins intercaladas realmente atrapalharam a dinâmica da leitura, pois sempre que o negócio começava a fluir vinha algo que estragava o ritmo. É claro que as explicações sobre os lugares, as histórias, alguns personagens lendários e afins são importantes em qualquer tipo de livro, mas quando isso acontece a todo momento pode prejudicar a leitura, como foi no meu caso.

Voltando um pouco aos personagens, nesse primeiro livro eles não são tão desenvolvidos assim (compreensível, já que a série tem 14 volumes) e eu acabei não gostando TANTO de nenhum, aquele gostar a ponto de torcer pelo personagem e querer que ele se dê sempre bem. Um leve destaque apenas para Perrin, cuja conexão com os lobos me fez dar um pontinho positivo para ele. Tirando os principais, somente Lan me fez querer ler mais e mais sobre ele, já que aquele ar todo misterioso do Guardião foi bem usado ao longo da narrativa e acredito que ele terá um papel ainda mais importante ao longo dos livros, não só apenas guiar o grupo.

Enfim, para resumir, O Olho do Mundo não foi um livro que me cativou e me fisgou a ponto de me obrigar a ler sua sequência imediatamente e recomendá-lo para todo mundo, mas pode-se perceber todos aqueles ingredientes básicos para uma fantasia épica, como vários personagens, um mundo gigantesco a ser explorado com suas diversas peculiaridades, dezenas de criaturas totalmente diferentes e prontas para matar os protagonistas, assim como muitos outros fatores. Não lerei A Grande Caçada em breve, mas no futuro provavelmente darei uma chance, pois a maioria dos leitores diz que a série melhora mesmo do 2º livro em diante.

Avaliação final:

A Roda do Tempo:

1º livro - O Olho do Mundo
2º livro - A Grande Caçada
3º livro - O Dragão Renascido
4º livro - A Ascensão da Sombra
5º livro - As Chamas do Paraíso
6º livro - Lord of Chaos
7º livro - A Crown of Swords
8º livro - The Path of Daggers
9º livro - Winter's Heart
10º livro - Crossroads of Twilight
11º livro - Knife of Dreams
12º livro - The Gathering Storm
13º livro - Towers of Midnight
14º livro - A Memory of Light
Livro extra - New Spring

10 comentários:

  1. Olá! Que pena vc não ter gostado tanto, mas espero que vc possa continuar a série um dia desses. Adorei a sinceridade. Abs!

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    1. Continuarei sim, Cassiana, acho que valerá a pena. Abração!!

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  2. Olha, o livro 2 ainda senti alguma coisa meio confusa mas o livro 3 foi foda, o Jordan simplesmente pegou o protagonista e o deixou de lado como pano de fundo focando praticamente só nos secundários dando uma profundidade bem maior a eles, estou muito empolgado com os rumos da série.

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    1. Bom saber, Guilherme! Muitos dizem que o 3 e o 4 são os melhores livros da série, mas só quando eu terminá-la saberei! haha
      Eu pretendia ler todos da Roda do Tempo em 2015, mas a princípio estarei investindo meu tempo na série Malazan, dos autores Steven Erikson e Ian C. Esslemont, mas talvez sobre um tempinho para ler uns 2 ou 3 do Robert Jordan.

      Abração e passe sempre por aqui, obrigado por comentar!

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  3. O que mais senti falta nesse livro foi de um maior detalhamento dos personagens, eles mereciam ser melhor explorados, e ele realmente intercala momentos mais arrastados com momentos de ação. Mas gostei do mundo apresentado, e o final, ainda que meio apressado em relação a todo o restante do livro, trouxe uma revelação que me deixou ansiosa pelo segundo volume. Mas também deixei para o ano que vem. Eu gostei bastante da leitura, mas não é o tipo de livro que me faça desejar emendar um volume atrás de outro.

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    1. Senti exatamente isso que você escreveu, Laís, e não foi também aquele livro que me fez desejar ansiosamente a continuação, portanto ficará para outra hora. Talvez em 2015 eu leia o 2º e o 3º lançados aqui já, mas tenho outras prioridades de leitura e acho que ficarei mais feliz com elas. haha

      Grande abraço e bom início de ano!

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  4. Comecei a leitura e não terminei, tenho vontade de finaliza-la mas ainda não sei quando.
    A minha impressão é a de que a narrativa é muito semelhante ao Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel e isso acabou me decepcionando.

    Agora com o lançamento dos livros seguintes, vou procurar continuar na série.

    Parabéns pelo trabalho!!

    Abraços.

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    1. O 1º livro em si é bem parecido com a premissa de "O Senhor dos Anéis", Douglas, mas a partir do 2º o Jordan já começa a dar o toque pessoal dele e as coisas se tornam muito diferente. Recomendo ler os dois primeiros, se você curtir, siga adiante! ;)

      Abraços e Feliz Ano Novo!

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  5. Nossa Vagner!!
    Nossas opiniões são divergentes mesmo. Tu já percebeu que eu amei o livro e achei tudo lindo e maravilhoso. Hahaha Claro que o início foi meio devagar, mas depois que peguei o ritmo não parei mais não. Enfim, depois que ler A Grande Caçada eu volto pra conferir a tua resenha e comparar nossas opiniões. :)
    Abraços

    www.perfectpick001.blogspot.com.br

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    1. Sim, é tudo ou nada. ahsusahuhsauhas

      Ainda que eu gosto da série, só acho que os livros não precisariam ter tantas páginas, com certeza seriam mais dinâmicos e muito mais gente gostaria!!

      Abraços.

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