Título: A Canção do Sangue
Original: Blood Song
Série: A Sombra do Corvo/Raven's Shadow #01
Autor: Anthony Ryan
Páginas: 656
Editora: LeYa (outubro de 2014)
Sinopse: Quando Vaelin Al Sorna, um garoto de apenas 10 anos de idade, é deixado por seu pai na Casa da Sexta Ordem, ele é informado que sua única família agora é a Ordem. Durante vários anos ele é treinado de forma brutal e austera, além de ser condicionado a uma vida perigosa e celibatária. Mesmo assim, Vaelin resiste e torna-se líder entre seus Irmãos. Ao longo de sua jornada, Vaelin também descobrirá de quem foi o verdadeiro desejo para que ele fosse entregue à Ordem - o objetivo sempre foi protegê-lo, mas ele não tem ideia do quê. Aos poucos, indícios de uma esquecida Sétima Ordem e questões acerca das ações do Rei Janus fazem Vaelin Al Sorna questionar sua lealdade. Destinado a um futuro grandioso, ele ainda tem que compreender em quem confiar. Neste primeiro volume da trilogia A Sombra do Corvo, Anthony Ryan estreia de maneira promissora com uma aventura repleta de ação.
A história de uma lenda. Estas seriam as cinco palavras necessárias se alguém me pedisse para resumir brevemente toda a vida de Vaelin Al Sorna, Beral Shak Ur, Eruhin Makhtar, o Matador do Esperança, filho do ex-Senhor da Batalha do Rei, abandonado pelo próprio pai em frente à casa da Sexta Ordem logo após a sua mãe ter falecido. Treinado para ser um guerreiro em nome da Fé e proteger o Reino, Vaelin é um personagem que acabou entrando definitivamente, a partir de agora, para a minha lista de favoritos.
A Canção do Sangue começa quando Vaelin está sendo levado a um julgamento por combate para que possa responder aos seus "crimes" e ter o destino que muitos desejam: a morte. Acompanhado pelo escriba imperial Verniers, nosso protagonista resolve enfim contar a sua história para ele, trazendo à tona praticamente todos os segredos e mentiras que envolvem a lenda do Matador do Esperança. Alguma semelhança com os livros do Patrick Rothfuss? Diferentemente d'A Crônica do Matador do Rei, onde Kvothe é o ponto de vista e conta sua história, aqui acompanhamos os pensamentos do escriba em primeira pessoa e é Vaelin quem conta a sua história para ele.
O livro é dividido em cinco partes, sendo que em todas elas o primeiro capítulo é do ponto de vista de Verniers, apresentando seus relatos na história presente, e logo após partimos para os capítulos em que Vaelin é o ponto de vista, mudando a narrativa para a 3ª pessoa e viajando ao passado.
A Canção do Sangue começa quando Vaelin está sendo levado a um julgamento por combate para que possa responder aos seus "crimes" e ter o destino que muitos desejam: a morte. Acompanhado pelo escriba imperial Verniers, nosso protagonista resolve enfim contar a sua história para ele, trazendo à tona praticamente todos os segredos e mentiras que envolvem a lenda do Matador do Esperança. Alguma semelhança com os livros do Patrick Rothfuss? Diferentemente d'A Crônica do Matador do Rei, onde Kvothe é o ponto de vista e conta sua história, aqui acompanhamos os pensamentos do escriba em primeira pessoa e é Vaelin quem conta a sua história para ele.
O livro é dividido em cinco partes, sendo que em todas elas o primeiro capítulo é do ponto de vista de Verniers, apresentando seus relatos na história presente, e logo após partimos para os capítulos em que Vaelin é o ponto de vista, mudando a narrativa para a 3ª pessoa e viajando ao passado.
"Diziam que aqueles olhos podiam desnudar a alma de um homem, que nenhum segredo permanecia oculto sob seu olhar." |
Eu gostei MUITO dessa parte inicial do treinamento de Vaelin Al Sorna. Eu estava até meio receoso que ela fosse ser meio monótona e cheia de enrolações, mas o Anthony Ryan fez uma narrativa tão simples, tão direta, que parecia que eu estava vendo um filho sendo treinado para matar. Ainda posso destacar que Vaelin nunca está sozinho e seus irmãos (de Fé) também são desenvolvidos da uma maneira satisfatória, com seus passados sendo explorados (ou não) e todos tendo que superar as dificuldades dos testes impostos pela Ordem. Muitos acabam sucumbindo às adversidades dos mais variados testes da Ordem, uns sendo mandados embora e outros sendo mandados à cova.
Conforme o tempo vai passando, Vaelin e seus irmãos vão crescendo e também se aperfeiçoando nas suas habilidades (Vaelin na espada, Dentos no arco, Barkus no combate desarmado, Nortah com o cavalo e Caenis na natureza) e consequentemente estreitam seus laços, passando a receber missões cada vez mais perigosas e também arrumando algumas confusões básicas por aí.
O livro toma outro rumo quando Vaelin sofre uma tentativa de assassinato, é agraciado (ou não) com a visão de um lobo e a partir daí começa a sentir a canção do sangue dentro de si, um dom que mais parece um instinto, como se alguém estivesse tentando lhe dizendo o que fazer e o alertasse sobre os perigos que ele está para enfrentar. Quando algo está errado ou Vaelin precisa de alguma indicação do que fazer, ele sempre recorre à canção, aprendendo como controlá-la e, com isso, acaba também conhecendo outras pessoas que têm esse dom. Quem tentou matá-lo? Por que Vaelin foi enviado à Sexta Ordem? Essas são apenas algumas das várias perguntas que nosso protagonista se fará enquanto tenta sobreviver.
Batalhas essas que são muito bem escritas, por sinal, lembrando-me rapidamente as carnificinas dos livros do autor Bernard Cornwell, cujo desbravador aqui é fã! O autor não perdeu muito tempo com descrições exageradas e que pudessem tornar o momento monótono, e essa escrita "lisa" fez com que as batalhas fossem partes extremamente dinâmicas no seu decorrer, sempre mostrando que as habilidades do Senhor da Batalha continuam no sangue de seu filho Vaelin.
Preciso ainda fazer uma leve reclamação à editora LeYa: revisem melhor os seus livros!! Achei várias palavras escritas erroneamente e também fora do lugar, pontuação faltando/sobrando. Um cuidado um pouquinho maior seria legal. Imagino que isso será corrigido na sequência...
A história de um garoto que se transformou em uma lenda, um homem a ser respeitado, um guerreiro a ser temido. Quem diria que o livro inicial do autor Anthony Ryan poderia fazer tanto sucesso? Depois de ser publicado de forma independente, A Canção do Sangue chamou a atenção da editora Penguin Books e a partir daí a quantidade de leitores só aumentou. Nem preciso dizer que, agora que chegou ao Brasil, a série A Sombra do Corvo ganhou mais um ávido leitor, né?
Posso dizer que gostei de tudo nesse livro: o treinamento dos irmãos, a Fé e seus seguidores, o modo de avaliar as Trevas e as pessoas que as dominam, as batalhas e as intrigas políticas no meio de tudo isso. Sobrou até espaço para um leve romance aí no meio, sem contar que a lealdade de Vaelin Al Sorna para com seus irmãos é algo digno de se gravar.
Uma mistura no mínimo intrigante: o modo de contar histórias visto em A Crônica do Matador do Rei, o treinamento para se tornar especialista em determinado aspecto sendo bem desenvolvido como na série Nobres Vigaristas (os dois extremamente distintos, só para relembrar) e as descrições de batalhas parecidas com as dos livros de Bernard Cornwell. Está esperando o quê para largar a sua leitura atual e dar uma chance a esse livro? Fica a recomendação então. Nota máxima!
"Eram fortes. Eram matadores. Eram o que a Ordem os tornara. Este é o fim de algo, percebeu. Vivendo ou morrendo, é aqui que as coisas vão mudar, para sempre."
O livro toma outro rumo quando Vaelin sofre uma tentativa de assassinato, é agraciado (ou não) com a visão de um lobo e a partir daí começa a sentir a canção do sangue dentro de si, um dom que mais parece um instinto, como se alguém estivesse tentando lhe dizendo o que fazer e o alertasse sobre os perigos que ele está para enfrentar. Quando algo está errado ou Vaelin precisa de alguma indicação do que fazer, ele sempre recorre à canção, aprendendo como controlá-la e, com isso, acaba também conhecendo outras pessoas que têm esse dom. Quem tentou matá-lo? Por que Vaelin foi enviado à Sexta Ordem? Essas são apenas algumas das várias perguntas que nosso protagonista se fará enquanto tenta sobreviver.
"- A canção não pode ser ensinada, irmão, e não vem de lugar algum. É simplesmente o que você é. Sua canção não é um outro ser que vive dentro de você. Ela é você."
Destaco também a importância que o autor transmitiu às religiões no livro e como elas foram realmente necessárias para que a obra atingisse um nível de excelência, com suas tramas cada vez mais obscuras e também nos trazendo relatos de uma proibida/esquecida Sétima Ordem, conhecida antigamente pelo seu controle das Trevas e por membros que sempre almejavam o poder.
Outro que aparece vez ou outra no livro e tem sua relevância é o Rei Janus. Em um livro desse estilo, tramas políticas não poderiam faltar, né? Ainda mais se algumas mulheres inteligentes forem inseridas no meio e acabarem sendo importantes até mesmo para o amadurecimento da personalidade de Vaelin. Mostrando que não está ali apenas para sentar num trono, Janus entende que Vaelin não pode será apenas um membro da Sexta Ordem e que faz somente o que eles desejam, lembrando que o seu pai era o antigo Senhor da Batalha e os esforços do seu filho poderiam muito bem ser usados para novas tarefas. Tarefas essas que envolvem batalhas, é claro.
Batalhas essas que são muito bem escritas, por sinal, lembrando-me rapidamente as carnificinas dos livros do autor Bernard Cornwell, cujo desbravador aqui é fã! O autor não perdeu muito tempo com descrições exageradas e que pudessem tornar o momento monótono, e essa escrita "lisa" fez com que as batalhas fossem partes extremamente dinâmicas no seu decorrer, sempre mostrando que as habilidades do Senhor da Batalha continuam no sangue de seu filho Vaelin.
Preciso ainda fazer uma leve reclamação à editora LeYa: revisem melhor os seus livros!! Achei várias palavras escritas erroneamente e também fora do lugar, pontuação faltando/sobrando. Um cuidado um pouquinho maior seria legal. Imagino que isso será corrigido na sequência...
A história de um garoto que se transformou em uma lenda, um homem a ser respeitado, um guerreiro a ser temido. Quem diria que o livro inicial do autor Anthony Ryan poderia fazer tanto sucesso? Depois de ser publicado de forma independente, A Canção do Sangue chamou a atenção da editora Penguin Books e a partir daí a quantidade de leitores só aumentou. Nem preciso dizer que, agora que chegou ao Brasil, a série A Sombra do Corvo ganhou mais um ávido leitor, né?
Posso dizer que gostei de tudo nesse livro: o treinamento dos irmãos, a Fé e seus seguidores, o modo de avaliar as Trevas e as pessoas que as dominam, as batalhas e as intrigas políticas no meio de tudo isso. Sobrou até espaço para um leve romance aí no meio, sem contar que a lealdade de Vaelin Al Sorna para com seus irmãos é algo digno de se gravar.
"- A lealdade é nossa força." |
Uma mistura no mínimo intrigante: o modo de contar histórias visto em A Crônica do Matador do Rei, o treinamento para se tornar especialista em determinado aspecto sendo bem desenvolvido como na série Nobres Vigaristas (os dois extremamente distintos, só para relembrar) e as descrições de batalhas parecidas com as dos livros de Bernard Cornwell. Está esperando o quê para largar a sua leitura atual e dar uma chance a esse livro? Fica a recomendação então. Nota máxima!
Avaliação final:
A Sombra do Corvo:
1º livro - A Canção do Sangue
2º livro - O Senhor da Torre
3º livro - A Rainha do Fogo
Ois,
ResponderExcluirTenho que arranjar maneira de o ler sem duvida, valeu pela sugestão ;)
Abraço
Pode ler sem medo, Fiacha, o livro é muito bom! Abraços.
ExcluirSó vejo boas críticas desse livro, tanto que será minha próxima leitura em e-book depois que eu terminar o atual! Essa leve semelhança com A Crônica do Matador de Rei só me animou ainda mais!
ResponderExcluirSonhos, Imaginação & Fantasia
Eu demorei pra começar a ler A Canção do Sangue, Laís, e te digo que esse livro merece ser lido o quanto antes, ainda mais que a sequência deve sair ainda em 2015. Aproveite!!!
ExcluirFantástico, maravilhoso e emocionante da primeira a ultima pagina. Leitura imperdível.
ResponderExcluirMuito bom mesmo, Alexandre. Que venha o segundo!!
ExcluirTô pra comprar esse livro faz um tempo, mas sempre me esqueço!
ResponderExcluirDa próxima não passa!
Abraços!
www.bravuraliterariablog.blogspot.com.br
Compra mesmo, Phelipe, é muito bom, um dos melhores livros lançados em 2014! Uma hora quero ler o 2º também, mas a fila ainda tá grande... haha
ExcluirAbraço!